Adrielly Araújo

Operando há dois anos, a Barber Poc tem como objetivo ser um espaço de acolhimento

Empreendedor aposta em barbearia voltada ao público LGBTQIAP+ em Porto Alegre

Adrielly Araújo

Operando há dois anos, a Barber Poc tem como objetivo ser um espaço de acolhimento

Sinuca, navalhas, móveis de couro antigo, rock, tatuagens e cerveja. Essas características, comuns em outras barbearias, não tem nada a ver com a Barber Poc. O negócio, que opera no número 103 da rua Lopo Gonçalves, na Cidade Baixa, é voltado para atender e acolher o público LGBTQIAP+ e seus simpatizantes.
Sinuca, navalhas, móveis de couro antigo, rock, tatuagens e cerveja. Essas características, comuns em outras barbearias, não tem nada a ver com a Barber Poc. O negócio, que opera no número 103 da rua Lopo Gonçalves, na Cidade Baixa, é voltado para atender e acolher o público LGBTQIAP+ e seus simpatizantes.
Carlos Weisheimer, nome à frente da barbearia, conta que o projeto surgiu a partir de sua própria experiência em outros estabelecimentos do segmento. “Me dei conta que tinha sofrido homofobia em barbearias padrões, de forma indireta ou de forma bem direta, durante o atendimento. Já aconteceu de se negarem a me atender, mesmo tendo espaço. Então, pensei que não era possível que eu fosse a única pessoa LGBT que passasse por isso, ou até que não são LGBT, mas não se sentem à vontade em um lugar normativo. Foi assim que eu tive a ideia da Poc”, relata.
 
ANDRESSA PUFAL/JC
De acordo com Carlos, 90% do público atendido na Barber Poc é LGBTQIA+. Ele acredita que ser um negócio feito diretamente para um público é o futuro do mercado de prestação de serviço. “Não tem como ser prejudicial ser um negócio nichado. O que eu vejo que acontece é que as pessoas podem tentar distorcer um pouco a proposta do local com algumas afirmações que são totalmente surreais, como preconceito inverso”, comenta.
A Barber Poc se entende como um espaço de moda e beleza livre de preconceitos, mas não foi fácil o início do empreendimento. Carlos conta que quando pensou o negócio, desenhou um plano de marketing “para não começar com aquela história de tive um sonho, comecei, não me planejei e deu tudo errado”.
“O bairro onde a Poc está foi pensado pelo recorte etário do público, renda per capita, questões de lifestyle e como as pessoas se representam visualmente nesse espaço. Foi diretamente pensado para as pessoas que vivem na CB e nunca achei que não fomos bem recebidos aqui”, garante.
A barbearia, aberta há quase dois anos, já se sustenta. “Vejo três linhas do tempo financeiro: recolher de volta o investimento, o que está próximo, mas ainda não aconteceu, ela se autossustentar, o que já acontece, e ter uma margem de lucro mais real do que a que tem hoje”, aponta.
Carlos lembra que o primeiro objetivo da Barber Poc foi o acolhimento. “Que entrem aqui e não sintam medo, porque infelizmente isso acontece quando a gente é LGBT, que muito rapidamente se sintam à vontade para ouvir as músicas que curtem e falar de pautas que são reais na vida dessas pessoas. Então, em primeiro lugar, o acolhimento e, em segundo, uma marca com fins lucrativos”, explica.
ANDRESSA PUFAL/JC
Sobre a tabela de valores da barbearia, a Barber Poc não segue os padrões comuns, divididos por gênero. “Seria muito hipócrita um lugar que tem uma proposta LGBT ter esse tipo de tabela. Os serviços foram divididos por técnicas, por nível de dificuldade e por tempo de execução”, assegura.
Com preços que variam de R$ 20,00 a R$ 140,00 reais, o atendimento é das 14h às 22h, de segunda a sábado, e o agendamento é feito via whatsapp (51 99299-9131) ou Instagram (@barber.poc). 
Adrielly Araújo

Adrielly Araújo - estagiária do GeraçãoE

Adrielly Araújo

Adrielly Araújo - estagiária do GeraçãoE

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