Grandes incorporadoras da cidade estão investindo na região para a construção de prédios residenciais

A Cidade Baixa vai além da boemia


Grandes incorporadoras da cidade estão investindo na região para a construção de prédios residenciais

O bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, é conhecido por sua vida noturna. Antes da pandemia, era destino frequente para quem procurava festas descoladas com um público despachado. Embora impactada pelas restrições do surto sanitário, a região vive um momento de retomada, conforme os empreendedores e empreendedoras que apostam no local.
O bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, é conhecido por sua vida noturna. Antes da pandemia, era destino frequente para quem procurava festas descoladas com um público despachado. Embora impactada pelas restrições do surto sanitário, a região vive um momento de retomada, conforme os empreendedores e empreendedoras que apostam no local.
Grandes incorporadoras da cidade estão investindo no reduto boêmio para a construção de prédios residenciais, o que gera polêmica. A tradicional galeria Nova Olaria, por exemplo, acabou perdendo seu brilho para os tapumes, fazendo com que estabelecimentos clássicos buscassem um novo endereço.
Foi o caso da livraria Bamboletras, que agora vai operar dentro de uma igreja na avenida Venâncio Aires, já que a clientela sumiu do ponto da Lima e Silva. A proximidade da CB, como é carinhosamente chamada, com o Centro Histórico é uma vantagem para moradores e turistas.
Tanto os antigos quanto os novos donos de negócios que ocupam as ruas de casarios históricos relatam que o bairro concentra gente de todas as tribos. Você, eu, todo mundo em algum momento da vida curtiu muito a CB. #boaleitura
 

A história do bairro colorido

Vinícius Mitto, professor e arquivista que apresenta uma série sobre a história dos bairros de Porto Alegre no @cartaotri e no @bahguri.rs, fala sobre as curiosidades da Cidade Baixa:

"O povoamento da região da atual Cidade Baixa iniciou no fim do século 18, quando foi aberta a rua do Arvoredo, atual Fernando Machado - que ficou famosa pelas mortes que foram consideradas O Maior Crime da Terra, como conta o livro. Até o fim da Guerra dos Farrapos, a Cidade Baixa era um subúrbio com aspectos de zona rural, à mercê de constantes enchentes provocadas pelo Rio Jacareí, atual Arroio Dilúvio, que ainda não era canalizado. A área era conhecida também como zona de refúgio de escravos, que moravam na região chamada de Emboscadas. Presente no bairro até hoje, o Areal da Baronesa é prova viva desses tempos, oficializado como quilombo urbano. O carnaval do bairro sempre foi conhecido pelos coros, grupos e blocos. Dos tempos da Ilhota, dois nomes se tornaram eternos, o jogador Tesourinha e o músico Lupicínio Rodrigues."