Dizem que no Brasil Colônia, temendo a concorrência, a coroa portuguesa ordenou a destruição dos olivais brasileiros. Hoje, a safra de azeite de oliva no Rio Grande do Sul, que representa 75% da produção brasileira, subiu de 58 mil litros em 2018, para mais de 580 mil litros em 22/23. Esse crescimento exponencial tem explicação: a cadeia de azeite no Brasil já teve início com foco em qualidade.
O desenho dos pomares, aliado ao terroir e às práticas mais modernas da olivicultura, está sendo utilizados pelos produtores, que visualizaram a oportunidade surgindo em um mercado com potencial até então inexplorado por aqui. Eles estão aprimorando técnicas e fugindo de vícios tradicionais de países que estão em destaque há anos, como Grécia e Espanha.
Aqui, olhamos para todas as possibilidades, criando uma nova identidade. Não existe apego pela produção de monovarietais (produzidos com apenas uma variedade de azeitona), buscamos blends, misturas variadas, proporcionando sabores e aromas únicos. O produtor foi aprendendo com os erros ao decorrer de pouco mais de dez anos, período em que o Rio Grande do Sul passou a olhar para além da pecuária extensiva e buscou outras culturas, como a viticultura e a olivicultura. Hoje, estamos bem inseridos internacionalmente, ganhando destaque em premiações. Mesmo assim, o consumo no País ainda é baixo. Entretanto, é bastante provável que, nos próximos cinco anos, tenhamos uma mudança de cenário, já que a tendência é de que o consumidor busque cada vez mais conhecimento sobre o produto, e o olivoturismo também é uma crescente.
Dessa forma, caminhamos para um aumento na procura por marcas que são daqui. Isso porque colocamos azeite extremamente fresco nas gôndolas e empórios, vantagem que não pode ser combatida pelo produto importado. O azeite brasileiro sempre será mais jovem e chegará na mesa com esse diferencial, preservando qualidades que são concebidas desde as escolhas iniciais do produtor. Essa joia preciosa brasileira só tende a brilhar mais.

