Lívia Menegat, publicitária e CEO da Circle

Estamos diante do surgimento de múltiplos fenômenos e movimentos nas esferas pessoal e profissional, em meio à ascensão dos nativos digitais como protagonistas do nosso mundo

Geração Z: está na hora de entender mais do que julgar

Lívia Menegat, publicitária e CEO da Circle

Estamos diante do surgimento de múltiplos fenômenos e movimentos nas esferas pessoal e profissional, em meio à ascensão dos nativos digitais como protagonistas do nosso mundo

A Geração Z nunca foi tão debatida e indagada como agora. Nascidos entre 1996 e 2010, os jovens dessa faixa etária cultivam, por meio das redes sociais, os laços familiares e sociais construídos no passado, buscam equilibrar a rotina de trabalho com a preservação da saúde mental no presente e miram o futuro com um passo de cada vez. Procuram um caminho menos apressado, embora sejam extremamente ansiosos. Almejam mais flexibilidade e algo que faça sentido tanto pessoal como profissionalmente.
Graças aos nativos digitais, testemunhamos o surgimento do quiet quitting — fenômeno que denota a vontade de "não viver para trabalhar" e a busca constante por encontrar o seu lugar no mundo. Ainda que soe estranho ou inconveniente para quem é boomer ou pertence à Geração X ou Y, as características do mercado de trabalho e as relações interpessoais mudaram drasticamente, impulsionadas pela globalização, pelo avanço tecnológico e por uma necessidade gritante de pertencimento e reconhecimento com relação aos outros.
Um levantamento do Ministério do Trabalho e Previdência do Brasil, realizado em 2020, atesta esse cenário. Segundo a pesquisa, 2,47 milhões de brasileiros, entre 18 e 24 anos, permanecem por pouco menos de três meses dentro de uma empresa, o que representa praticamente um quarto do total dessa faixa etária no país. É um dado muito significativo, e ilustra um movimento que já ocorre em outras nações: job hooping ("pular de emprego", na tradução livre para o português).
Precisamos refletir que não existe certo ou errado nessa história. O fato é que não pensamos o ciclo da vida como antigamente. Hoje, existem mil e uma possibilidades de adentrarmos no mercado. Alternativas que eram limitadas, estão expandidas. Liberdade geográfica, independência, comprometimento social e fácil adaptação às plataformas digitais são quatro dos principais pilares que ditam o novo rumo.
Não podemos deixar a pandemia de fora nisso tudo. Ela foi um grande catalisador de mudanças de hábitos no trabalho, como ratifica o estudo da Wunderman Thompson Data, onde 70% dos entrevistados da Geração Z concordaram que a pandemia alterou suas prioridades e 74% afirmaram terem mais tempo agora para se concentraram no que realmente é importante para eles.
Estamos diante de uma geração que representa 32% da população mundial e que, em breve, segundo a ONU, será a maior parcela do planeta. Nós, enquanto líderes, empresas, marcas e seres humanos, precisamos buscar uma compreensão macro do ecossistema em que os zoomers estão inseridos.
 
CARLOS MACEDO/DIVULGAÇÃO/JC
Lívia Menegat, publicitária e CEO da Circle
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