Rodrigo Heldt Silveira, Professor dos cursos de Negócios da UniRitter

Resiliência é fundamental para que a dedicação a um projeto tão incipiente seja possível, além de investimentos

Viabilizando o futuro: características do empreendedor em startup

Rodrigo Heldt Silveira

Resiliência é fundamental para que a dedicação a um projeto tão incipiente seja possível, além de investimentos

Aplicativos de mobilidade ou entregas estão no nosso dia a dia, mas não faz muito tempo que essas praticidades sequer existiam. Embora muitas pessoas não vissem problemas em esperar táxi no ponto ou pesquisar telefones de restaurantes, hoje é difícil imaginar a vida sem esses serviços. Esta é uma característica das startups: identificar um problema, às vezes não tão evidente, e buscar soluções inovadoras por meio de um novo modelo de negócio. Elas não são necessariamente focadas em tecnologia, mas costumam usar plataformas digitais em busca de escalabilidade.
Startups buscam um negócio inovador, que precisará ser validado, passará por criação, incubação, protótipos até ser testado no mercado e avaliado em aceitação, viabilidade e posterior crescimento. A inovação ocorre quando se consegue explorar de forma bem-sucedida a solução criada. Dadas as dificuldades existentes ao longo desse processo, outra característica é o alto risco. Para cada caso de sucesso, ou a conquista à alcunha de unicórnio, muitas iniciativas ficarão pelo caminho. Resiliência é fundamental para que a dedicação a um projeto tão incipiente seja possível, além de investimentos.
Empreender em startup requer um ecossistema propício. Algumas regiões são efervescentes, como o Vale do Silício. São locais onde há incentivos de governos, empresas, universidades, parques tecnológicos, que propiciam inclusive troca de experiências e tecnologias. O Rio Grande do Sul, junto a São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, lidera o ranking de estados com maior número de startups no Brasil. Porto Alegre tem buscado se tornar uma referência, com forte presença de incubadoras - que abrem espaços para que fiquem alocadas e desenvolvam suas ideias - e aceleradoras - programas para ajudar negócios em fase inicial a crescerem. Um exemplo dessa vocação foi a realização da primeira edição brasileira do evento de inovação South Summit na Capital, unindo ideias inovadoras a investidores-anjo, que viabilizam esses negócios em troca de participação acionária.
A participação em eventos, cursos e competições é importante para buscar conhecimentos e networking. Estar em um ecossistema efervescente ajuda, mas a principal competência desse empreendedor é a inquietude: o sentimento de estar enxergando um futuro que ainda não existe, e ter o propósito de viabilizá-lo. Além de investimentos, será necessário cercar-se de uma equipe engajada e qualificada. Startups são multidisciplinares: como todo negócio, requerem gestão administrativa e financeira, envolvendo tecnologia e design thinking. O empreendedor precisa estar a par de cada etapa do processo, pois a capacidade de execução de seu time é o que fará a diferença.
Outra característica fundamental é a adaptabilidade. Nem sempre a ideia inicial se mostrará viável. Há uma linha tênue entre teimosia e convicção, e é preciso identificar a hora de pivotar - mudar de rumo - ou mesmo abrir mão. Por fim, startups não são para sempre. Pela própria característica do negócio, haverá o momento da virada para uma empresa com estrutura mais tradicional. Este empreendedor precisa se preparar para diferentes desfechos: desistir da ideia, saber a hora de pivotar ou, claro, gerir um negócio bem-sucedido que pode se tornar global.
 
ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Rodrigo Heldt Silveira
Rodrigo Heldt Silveira, Professor dos cursos de Negócios da UniRitter

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