Publicada em 09 de Setembro de 2021 às 17:16

Pandemia chama atenção para os cuidados na prevenção de doenças

Silva (E), junto aos alunos antes da pandemia. Ele foi o responsável por implementar à pesquisa sobre patógenos na cadeia produtiva animal

Silva (E), junto aos alunos antes da pandemia. Ele foi o responsável por implementar à pesquisa sobre patógenos na cadeia produtiva animal


Wladimir da Silva/Arquivo Pessoal/Divulgação/JC
Guilherme Jacques, do Rio de Janeiro, especial para o JC
Provavelmente nunca se discutiu tanto sobre higiene e prevenção de doenças causadas por patógenos como atualmente, em meio à pandemia do novo coronavírus. Causador da Covid-19, o vírus foi descoberto no final de 2019 em Wuhan, na China, e se alastrou ao redor do planeta. Quase dois anos depois e passados acalorados debates, movimentando cientistas e até mesmo leigos, a doença ainda não tem sua origem desvendada por completo. O alvoroço ao redor do tema, no entanto, não é suficiente para que debates mais aprofundados sobre a disseminação de doenças e estudos que possam prevenir eventos semelhantes se consolidem.
A constatação de que o tema poderia ser melhor explorado é do professor da Universidade Federal de Pelotas (UfPel) e doutor em ciência dos alimentos Wladimir Padilha da Silva. Há mais de 20 anos, ele é responsável por pesquisas que buscam entender como ocorre a disseminação de patógenos veiculados por alimentos de origem animal aos seres humanos. "Com essa pandemia terrível que estamos vivendo, acredito que muitas práticas de higiene foram entronizadas na população. Coisas como a desinfecção do que vem do supermercado, por exemplo. A nossa residência é o local onde mais ocorre a transmissão de doenças a partir de alimentos. Nesse sentido, houve uma evolução, mas também penso que se perdeu a oportunidade de usar a ocasião para ir além", aponta.
Foi o trabalho nesta pesquisa e a contribuição de Silva para o desenvolvimento da cadeia produtiva animal que lhe rendeu, neste ano, a indicação ao prêmio O Futuro da Terra, na categoria Cadeias Produtivas e Alternativas Agrícolas. 'Filho' da própria UfPel, onde se formou em medicina veterinária na década de 1980, ele comemora o reconhecimento, sacramentado pelos colegas, integrantes do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (PPGCTA). "Quando me disseram que eu tinha sido indicado, falei que já havia ganhado meu prêmio. Eu sou de poucas vaidades, mas é óbvio que gosto de ter meu trabalho reconhecido pelos alunos, pelos pares. Isso é importante."
O desafio para a continuidade e o sucesso do trabalho de Silva é semelhante ao enfrentado por pesquisadores de todo o País: a falta de incentivo e os ataques à ciência. "Nós vemos que países que investiram na educação e na ciência foram para frente. Quem investe em ciência, não depende de tecnologia externa. No Brasil, a grande massa da produção científica é criada dentro da universidade, por pessoas que são abnegadas. Porém, não se pode fazer ciência sem investimento", lamenta.
Provavelmente nunca se discutiu tanto sobre higiene e prevenção de doenças causadas por patógenos como atualmente, em meio à pandemia do novo coronavírus. Causador da Covid-19, o vírus foi descoberto no final de 2019 em Wuhan, na China, e se alastrou ao redor do planeta. Quase dois anos depois e passados acalorados debates, movimentando cientistas e até mesmo leigos, a doença ainda não tem sua origem desvendada por completo. O alvoroço ao redor do tema, no entanto, não é suficiente para que debates mais aprofundados sobre a disseminação de doenças e estudos que possam prevenir eventos semelhantes se consolidem.
A constatação de que o tema poderia ser melhor explorado é do professor da Universidade Federal de Pelotas (UfPel) e doutor em ciência dos alimentos Wladimir Padilha da Silva. Há mais de 20 anos, ele é responsável por pesquisas que buscam entender como ocorre a disseminação de patógenos veiculados por alimentos de origem animal aos seres humanos. "Com essa pandemia terrível que estamos vivendo, acredito que muitas práticas de higiene foram entronizadas na população. Coisas como a desinfecção do que vem do supermercado, por exemplo. A nossa residência é o local onde mais ocorre a transmissão de doenças a partir de alimentos. Nesse sentido, houve uma evolução, mas também penso que se perdeu a oportunidade de usar a ocasião para ir além", aponta.
Foi o trabalho nesta pesquisa e a contribuição de Silva para o desenvolvimento da cadeia produtiva animal que lhe rendeu, neste ano, a indicação ao prêmio O Futuro da Terra, na categoria Cadeias Produtivas e Alternativas Agrícolas. 'Filho' da própria UfPel, onde se formou em medicina veterinária na década de 1980, ele comemora o reconhecimento, sacramentado pelos colegas, integrantes do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (PPGCTA). "Quando me disseram que eu tinha sido indicado, falei que já havia ganhado meu prêmio. Eu sou de poucas vaidades, mas é óbvio que gosto de ter meu trabalho reconhecido pelos alunos, pelos pares. Isso é importante."
O desafio para a continuidade e o sucesso do trabalho de Silva é semelhante ao enfrentado por pesquisadores de todo o País: a falta de incentivo e os ataques à ciência. "Nós vemos que países que investiram na educação e na ciência foram para frente. Quem investe em ciência, não depende de tecnologia externa. No Brasil, a grande massa da produção científica é criada dentro da universidade, por pessoas que são abnegadas. Porém, não se pode fazer ciência sem investimento", lamenta.
Comentários CORRIGIR TEXTO