Publicada em 21 de Setembro de 2020 às 00:00

Foco nas nascentes dos Vales do Sinos e do Paranhana

Agrônomo Nelson Baldasso conduz ações que estimulam a preservação ambiental da região

Agrônomo Nelson Baldasso conduz ações que estimulam a preservação ambiental da região


/divulgação arquivo pessoal
Adriana Lampert, do Rio de Janeiro, especial para o JC
Somando mais de 40 anos de trabalho em extensão rural com as famílias de produtores rurais dos Vales do Sinos e do Paranhana, o engenheiro agrônomo Nelson Antônio Baldasso tornou-se referência nos assuntos de preservação ambiental da região. Nesta trajetória, atuou por duas décadas como supervisor administrativo da Emater/Ascar, onde estabeleceu parcerias importantes para a definição de estratégias com foco em ações de preservação dos recursos hídricos, voltadas à sustentabilidade econômica da agricultura familiar.
Consciente da forte expressão do grupo no setor rural da bacia do Rio do Sinos e preocupado com as questões ambientais da Região (que conta com alta densidade populacional e alto grau de urbanização) conduziu uma série de iniciativas à frente da entidade, que seguem vigentes até os dias de hoje. Recentemente, por conta da aposentadoria, desocupou o cargo, mas se mantém colaborando com ações voltadas ao setor, através de consultorias que facilitem boas práticas no desenvolvimento do agronegócio. "Existe uma série de dificuldades na vida de quem trabalha com o solo", destaca, referindo-se à vulnerabilidade da atividade, que depende do clima e é afetada por fatores externos, como infraestrutura e burocracias para encaminhamento de soluções legais.
Segundo o agrônomo, o foco de seu trabalho sempre foi cuidar e preservar as nascentes dos Vales do Sinos e do Paranhana. Neste sentido, inseriu a entidade em projetos como o VerdeSinos, criado em 2009 para definição de estratégias coletivas em todos os municípios e de ações com o mesmo fim. Este projeto teve como referência um piloto (implementado entre 2007 e 2009) voltado à recomposição da mata ciliar da Bacia Hidrográfica do Rio do Sinos, executado em propriedades privadas e de domínio público, com o propósito de estruturar o plantio de vegetação característica de mata ciliar, associada à potencialidade advinda da diversidade de espécies nativas da Região.
"A proposta do VerdeSinos é resultado das parcerias institucionais estabelecidas no âmbito da bacia do Sinos, cuja articulação política é coordenada pelo Comitesinos, com apoio técnico e organizativo da Unisinos, Feevale, Ufrgs, Embrapa, Emater, sindicatos e associações dos trabalhadores rurais, das prefeituras municipais, centros de educação ambiental envolvidas na ação", comenta Baldasso. Ele frisa que sem a união destes esforços não seria possível arcar com o desafio de integrar a produção agrícola a agroindústria e o consumo, bem como o turismo, sem agredir ao meio ambiente. "Pensamos em ações que incluíssem a diversidade produtiva rural e os municípios, mesmo os mais populosos, com a lógica de unir as pessoas, independente do tamanho das propriedades, e do tipo de atividade."
Baldasso recorda que um dos principais problemas que ocorriam na região era o desmatamento, por conta da proximidade de áreas urbanas e rurais junto aos rios. Neste sentido, a preocupação principal sempre foi proteger desde as nascentes para que não fossem aterradas nem contaminadas. "Era muito comum a erosão e o lançamento de dejetos (muitas vezes de esgotos que desciam direto), por isso desenvolvemos um trabalho de saneamento, com foco nas propriedades rurais e na recuperação da mata e proteção das margens dos rios."
O técnico destaca o trabalho com comitês de bacias hidrográficas no Vale do Sinos serviu como um ponto de convergência, "comum a todos". "Ali se pode desenvolver iniciativas de vertentes ambiental, econômica e social, a partir da conscientização de que água que bebemos está estocada no solo", explica. "Minha função era acompanhar estes planejamentos, unificando as demandas que coincidiam em municípios para buscar soluções potentes, unindo esforços entre Emater, prefeituras, entidades, associações e comunidades rurais, em cada uma destas três linhas", resume. "No caso da água, não tem como um município resolver sozinho, por isso a importância de um comitê de bacia", sinaliza.
Baldasso atenta para a necessidade da captação da água da chuva. "Exige um trabalho de quem tem uma nascente no fundo de sua propriedade, porque ali é dali que a água da chuva começa a formar um rio. Caso contrário, cai no telhado, vai para a calçada e toma uma velocidade espantosa, fugindo do nosso alcance." Somente com a penetração no solo protegido com vegetação, brota um córrego, possibilitando que as pessoas ao longo dos cursos dos rios possam ter água, mesmo após vários dias sem chover, explica. "Desta forma, se contribui para que companhias como Corsan, Comusa e Samae (que atuam no Vale dos Sinos) possam captar, tratar e abastecer a população."
Somando mais de 40 anos de trabalho em extensão rural com as famílias de produtores rurais dos Vales do Sinos e do Paranhana, o engenheiro agrônomo Nelson Antônio Baldasso tornou-se referência nos assuntos de preservação ambiental da região. Nesta trajetória, atuou por duas décadas como supervisor administrativo da Emater/Ascar, onde estabeleceu parcerias importantes para a definição de estratégias com foco em ações de preservação dos recursos hídricos, voltadas à sustentabilidade econômica da agricultura familiar.
Consciente da forte expressão do grupo no setor rural da bacia do Rio do Sinos e preocupado com as questões ambientais da Região (que conta com alta densidade populacional e alto grau de urbanização) conduziu uma série de iniciativas à frente da entidade, que seguem vigentes até os dias de hoje. Recentemente, por conta da aposentadoria, desocupou o cargo, mas se mantém colaborando com ações voltadas ao setor, através de consultorias que facilitem boas práticas no desenvolvimento do agronegócio. "Existe uma série de dificuldades na vida de quem trabalha com o solo", destaca, referindo-se à vulnerabilidade da atividade, que depende do clima e é afetada por fatores externos, como infraestrutura e burocracias para encaminhamento de soluções legais.
Segundo o agrônomo, o foco de seu trabalho sempre foi cuidar e preservar as nascentes dos Vales do Sinos e do Paranhana. Neste sentido, inseriu a entidade em projetos como o VerdeSinos, criado em 2009 para definição de estratégias coletivas em todos os municípios e de ações com o mesmo fim. Este projeto teve como referência um piloto (implementado entre 2007 e 2009) voltado à recomposição da mata ciliar da Bacia Hidrográfica do Rio do Sinos, executado em propriedades privadas e de domínio público, com o propósito de estruturar o plantio de vegetação característica de mata ciliar, associada à potencialidade advinda da diversidade de espécies nativas da Região.
"A proposta do VerdeSinos é resultado das parcerias institucionais estabelecidas no âmbito da bacia do Sinos, cuja articulação política é coordenada pelo Comitesinos, com apoio técnico e organizativo da Unisinos, Feevale, Ufrgs, Embrapa, Emater, sindicatos e associações dos trabalhadores rurais, das prefeituras municipais, centros de educação ambiental envolvidas na ação", comenta Baldasso. Ele frisa que sem a união destes esforços não seria possível arcar com o desafio de integrar a produção agrícola a agroindústria e o consumo, bem como o turismo, sem agredir ao meio ambiente. "Pensamos em ações que incluíssem a diversidade produtiva rural e os municípios, mesmo os mais populosos, com a lógica de unir as pessoas, independente do tamanho das propriedades, e do tipo de atividade."
Baldasso recorda que um dos principais problemas que ocorriam na região era o desmatamento, por conta da proximidade de áreas urbanas e rurais junto aos rios. Neste sentido, a preocupação principal sempre foi proteger desde as nascentes para que não fossem aterradas nem contaminadas. "Era muito comum a erosão e o lançamento de dejetos (muitas vezes de esgotos que desciam direto), por isso desenvolvemos um trabalho de saneamento, com foco nas propriedades rurais e na recuperação da mata e proteção das margens dos rios."
O técnico destaca o trabalho com comitês de bacias hidrográficas no Vale do Sinos serviu como um ponto de convergência, "comum a todos". "Ali se pode desenvolver iniciativas de vertentes ambiental, econômica e social, a partir da conscientização de que água que bebemos está estocada no solo", explica. "Minha função era acompanhar estes planejamentos, unificando as demandas que coincidiam em municípios para buscar soluções potentes, unindo esforços entre Emater, prefeituras, entidades, associações e comunidades rurais, em cada uma destas três linhas", resume. "No caso da água, não tem como um município resolver sozinho, por isso a importância de um comitê de bacia", sinaliza.
Baldasso atenta para a necessidade da captação da água da chuva. "Exige um trabalho de quem tem uma nascente no fundo de sua propriedade, porque ali é dali que a água da chuva começa a formar um rio. Caso contrário, cai no telhado, vai para a calçada e toma uma velocidade espantosa, fugindo do nosso alcance." Somente com a penetração no solo protegido com vegetação, brota um córrego, possibilitando que as pessoas ao longo dos cursos dos rios possam ter água, mesmo após vários dias sem chover, explica. "Desta forma, se contribui para que companhias como Corsan, Comusa e Samae (que atuam no Vale dos Sinos) possam captar, tratar e abastecer a população."
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