Projeto de qualidade do solo e redução dos gases como prioridade vence O Futuro da Terra

Engenheiro agrônomo Cimélio Bayer foi agraciado com o Prêmio Especial no Futuro da Terra

Engenheiro agrônomo Cimélio Bayer foi agraciado com o Prêmio Especial no Futuro da Terra


/Arquivo Pessoal/JC
Desenvolver práticas que contribuam para a agricultura conservacionista e de baixo carbono, possibilitando o alto potencial produtivo, alta eficiência e baixo impacto ambiental. Essa tem sido a área de atuação do engenheiro agrônomo Cimélio Bayer, que há 21 anos desenvolve pesquisas para melhoria das técnicas agrícolas. A atuação de Bayer foi reconhecida neste ano com o troféu O Futuro da Terra na categoria Prêmio Especial, uma parceria do Jornal do Comércio com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).
Publicado em 30/08/2022.
Desenvolver práticas que contribuam para a agricultura conservacionista e de baixo carbono, possibilitando o alto potencial produtivo, alta eficiência e baixo impacto ambiental. Essa tem sido a área de atuação do engenheiro agrônomo Cimélio Bayer, que há 21 anos desenvolve pesquisas para melhoria das técnicas agrícolas. A atuação de Bayer foi reconhecida neste ano com o troféu O Futuro da Terra na categoria Prêmio Especial, uma parceria do Jornal do Comércio com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).
Formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Bayer tem Doutorado em Ciências do Solo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e Pós-Doutorado pela Embrapa Instrumentação Agropecuária e pela Universidade da Califórnia-Davis, nos Estados Unidos. Atualmente, é professor da Ufrgs, onde realiza pesquisas sobre a qualidade do solo, sequestro de carbono e mitigação de gases de efeito estufa.
As colaborações acadêmicas, empresariais e com produtores, na coordenação e execução de pesquisas de Bayer, contribuem fortemente para o setor agropecuário gaúcho nas melhorias dos sistemas de produção agrícola e pecuário. Além disso, auxiliam no embasamento científico e técnico para discussões e para a formulação de políticas que abordam o tema agricultura, pecuária, agroindústria e meio ambiente.
O engenheiro agrônomo explica que, até algumas décadas atrás, a conservação do solo e a produção pareciam temas desconectados, mas atualmente andam juntos. "Há o reconhecimento pelos próprios produtores e técnicos de que para produzir bem tem que cuidar do solo, é preciso manejá-lo adequadamente", destaca.
A agricultura conservacionista é conduzida de uma forma em que o solo não degrade. Bayer lembra que as condições de clima no Brasil, com chuvas intensas e alta temperatura, o levam a degradar rapidamente e perder sua capacidade produtiva quando ele é conduzido sob um manejo tradicional de lavração e gradagem (preparo do solo para plantio).
Desde o final do século passado, se descobriu que o plantio direto é uma técnica extremamente importante para conduzir a produção de alimentos e a agricultura a longo prazo, minimizando a degradação. "Mas o plantio direto tem que estar associado a outras práticas, como o cultivo intenso e diversificado de plantas, como a rotação de culturas e uso de cobertura, evitando, assim, técnicas de pousio. A erosão é um processo intenso de degradação do solo que as práticas conservacionistas visam controlar", destaca.
Mais recentemente, a questão do mercado de carbono internacional surgiu como uma grande oportunidade para a agricultura brasileira, que pode se habilitar a esses créditos através da adoção de práticas conservacionistas. Para tanto, explica Bayer, a agricultura precisa provar que tem potencial de reduzir as emissões de gases para se habilitar aos projetos de crédito de carbono. A prática é comum na agricultura de climas temperados, como, por exemplo, os Estados Unidos, mas na agricultura tropical e subtropical, onde o Brasil está inserido, isso ainda é muito questionado.
"Estamos tramitando com ciência, com pesquisa, projetos da Fapergs e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) para quantificar o potencial de práticas agrícolas em mitigar as emissões de gases de efeito estufa. O objetivo principal é uma agricultura com alto potencial produtivo, alta eficiência e com baixo impacto ambiental, minimizar o impacto ambiental ao máximo", salienta.
Ele lembra que o Brasil está às vésperas de ter barreiras não tarifárias da Comunidade Europeia em relação a produtos exportados como a soja e carne, e que essas informações da pegada de carbono dos produtos brasileiros são importantes para demonstrar que o Brasil conduz a produção em sistemas sustentáveis de manejo, e se manter protegido dessas barreiras e seus impactos econômicos.
 
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