Pesquisa recebe o Futuro da Terra por contribuir para controle de salmonella na produção de suínos

Professora da Ufrgs, Marisa Ribeiro de Itapema Cardoso

Professora da Ufrgs, Marisa Ribeiro de Itapema Cardoso


MARISA CARDOSO/ARQUIVO PESSOAL/JC
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% da população mundial tem um episódio de doença transmitida por alimentos (DTA) a cada ano. Na região das Américas, anualmente, 77 milhões de pessoas sofrem da doença e mais de 9 mil morrem por esse motivo. Os dados mostram que o tema de segurança de alimentos segue sendo uma preocupação para a saúde humana bem como para as economias, o que acaba, também, gerando uma atenção especial por parte da academia.
Publicado em 30/08/2022.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% da população mundial tem um episódio de doença transmitida por alimentos (DTA) a cada ano. Na região das Américas, anualmente, 77 milhões de pessoas sofrem da doença e mais de 9 mil morrem por esse motivo. Os dados mostram que o tema de segurança de alimentos segue sendo uma preocupação para a saúde humana bem como para as economias, o que acaba, também, gerando uma atenção especial por parte da academia.
A professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Marisa Ribeiro de Itapema Cardoso está entre o grupo de pesquisadores que têm se debruçado sobre o tema, com destaque para o controle de salmonella. Ela é um dos destaques do Prêmio O Futuro da Terra na categoria Cadeia de Produção e Alternativas Agrícolas.
"Em 1998, iniciamos os primeiros estudos que visavam entender a importância da salmonella na cadeia de produtos de origem suína. A importância dessa bactéria para a avicultura já era bem conhecida, mas apenas alguns estudos internacionais haviam focado nas carnes suínas", recorda.
De acordo com Marisa, que tem formação em Medicina Veterinária, o tema ganhou relevância mundial ao longo das décadas de 2000 e 2010, conforme a cadeia de transmissão da salmonella ao longo das fases produtivas era demonstrada. "O suíno, por apresentar um ciclo produtivo mais longo, composto por diversas fases, muitas delas envolvendo transferência de uma granja para outra, torna a cadeia epidemiológica bastante complexa", detalha.
Os estudos realizados pelo grupo de pesquisa do qual Marisa faz parte teve a colaboração de outros institutos, em especial, da Embrapa e foram conduzidos com o objetivo de elucidar a cadeia de transmissão da bactéria, os fatores críticos para a ampliação do problema e maneiras de atenuar os riscos para o consumidor. "Essas iniciativas acompanharam a tendência mundial das investigações na área, que culminou com a evidência científica de que os esforços de controle de salmonella deveriam iniciar pelo processo de abate dos suínos, prosseguindo de forma simultânea para medidas de boas práticas de produção, higiene e controle de qualidade da ração na etapa de criação dos animais", relata Marisa. Conforme a professora, após a discussão de evidências científicas, tais recomendações foram propostas e publicadas em documentos elaborados pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e por um grupo de trabalho da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/WHO).
 
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