Publicada em 04 de Setembro de 2023 às 00:05

Alta no consumo de plantas gera faturamento recorde

Pavilhão das flores da Expointer reuniu 15 expositores este ano

Pavilhão das flores da Expointer reuniu 15 expositores este ano


/IVO GONÇALVES/JC
Investir na produção e no comércio de flores e suculentas virou um excelente negócio e uma ótima opção para diversificação produtiva das propriedades rurais, especialmente no período pós-pandemia. O sucesso é tanto que muitos produtores falam em incrementos gigantescos no faturamento, ultrapassando os 300%, em quatro anos. Dados do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) apontam faturamento de R$ 10,9 bilhões no País, em 2022, representando incremento de 15% em relação a 2021.
Investir na produção e no comércio de flores e suculentas virou um excelente negócio e uma ótima opção para diversificação produtiva das propriedades rurais, especialmente no período pós-pandemia. O sucesso é tanto que muitos produtores falam em incrementos gigantescos no faturamento, ultrapassando os 300%, em quatro anos. Dados do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) apontam faturamento de R$ 10,9 bilhões no País, em 2022, representando incremento de 15% em relação a 2021.
Um relatório da entidade aponta que a atividade contabiliza números significativos, nos últimos cinco anos. O Brasil conta, atualmente, com cerca de 8 mil produtores de flores e plantas, que cultivam mais de 2,5 mil espécies com cerca de 17,5 mil variedades. É o caso do proprietário da Orquidários do Vale, Eleandro Rech, de Caxias do Sul, que vem batendo recordes de comercialização e que, neste ano, participou do Pavilhão das Flores, durante a 46ª Expointer.
"O mercado cresceu absurdamente, a ponto de não darmos conta da produção e precisarmos trazer flores de fora, de Holambra (SP), pois nossa capacidade produtiva se esgotou", afirma Rech. Em função disso, o empresário planeja incremento na área de estufas dos 17 mil metros quadrados para 34 mil no próximo ano. Rech conta que, além das estufas de Caxias do Sul, a empresa abriu uma filial no município de Garibaldi, onde acondiciona flores que precisam de mais frio. Para ele, a pandemia foi um divisor de águas, pois as pessoas passaram a ter mais tempo em casa e diversos produtos e segmentos cresceram muito a comercialização, inclusive flores. "Tivemos mais tempo para cuidar do jardim, das floreiras cuidar das suas plantas."
A empresa realiza entregas para 130 lojas semanalmente, entre supermercados, hipermercados e atacarejos, com Imec e Desco, além de 80 floriculturas em todo o Estado. "As grandes redes varejistas descobriram o quanto podem faturar com flores e plantas", diz Rech. Segundo ele, esse cenário começou a ser observado após o primeiro Dia das Mães da pandemia, quando as floriculturas estavam fechadas e os supermercados compraram grande quantidade de flores. "A partir daí, começaram a absorver uma parcela enorme do comércio de flores. Na data das mães, eles perceberam que era possível vender cinco vezes mais flores do que ovos de Páscoa", diz o empresário. Para ele, a tendência é de que as floriculturas de pequeno porte desapareçam e permaneçam só as que trabalham com manutenção de jardins ou trabalhos específicos, como produção de adornos de festas.
O produtor de cactos e suculentas, Vanderlei Ferreira Rodrigues, proprietário da Suculentas da Nick, de Parobé, conta que o negócio começou há cinco anos, como um hobby, pois a esposa colecionava suculentas. "Eu trabalhava com plantas hidropônicas na época e começamos a usar a estufa para nossa coleção. Em pouco tempo, as suculentas tomaram conta do espaço e foi aí que resolvemos trocar de atividade", conta o produtor. Hoje, o casal tem uma floricultura própria de 200 metros quadrados para comercialização direto ao consumidor e empresas como a Usaflex, além de fornecer arranjos para casamentos, lembrancinhas de aniversário e brindes. No início, eles multiplicavam os minijardins e os terrários, pois as suculentas dão mudas fácil. Depois, começaram a receber encomendas e abriram espaço em casa comercializar as plantas.

Flores para Todos quer pulverizar floricultura nas propriedades rurais

De olho nessa tendência de mercado, um projeto desenvolvido pela faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) pretende popularizar a floricultura em todo o País. Trata-se do Flores para Todos, cuja ideia é proporcionar maior diversificação das propriedades rurais a partir do cultivo de flores. A engenheira agrônoma e extensionista rural da Emater/RS, Barbara Maciel Getz, conta que a procura pelo projeto tem se intensificado, especialmente após a pandemia. "A demanda por flores, suculentas e plantas ocorreu depois que as pessoas ficaram de quarentena e pegaram gosto pelo cultivo." Muitos produtores rurais perceberam essa tendência, iniciaram novos cultivos e mudaram de atividade.
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