Publicada em 04 de Setembro de 2022 às 15:45
Visitantes lotam arquibancadas para assistir o Freio de Ouro na Expointer
Gabriel Viola Marty, montando Colibri Matrero, levantou, pela terceira vez, o maior símbolo da raça
Felipe Ulbrich/Divulgação/JC
Bárbara Lima
Na manhã deste domingo (4), os visitantes curiosos e amantes de cavalos da raça crioulo se reuniram na Expointer, no Parque Assis Brasil, em Esteio, para assistir à competição Freio de Ouro, que completa 40 anos em 2022.
Quer continuar lendo este e outros conteúdos sérios e de credibilidade?
Assine o JC Digital com desconto!
Assine o JC Digital com desconto!
- Personalize sua capa com os assuntos de seu interesse
- Acesso ilimitado aos conteúdos do site
- Acesso ao Aplicativo e versão para folhear on-line
- Conteúdos exclusivos e especializados em economia e negócios
- Cancelamento on-line e a qualquer momento
Na manhã deste domingo (4), os visitantes curiosos e amantes de cavalos da raça crioulo se reuniram na Expointer, no Parque Assis Brasil, em Esteio, para assistir à competição Freio de Ouro, que completa 40 anos em 2022.
Segundo Lucas Lau, analista de expansão da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos, são quase mil animais inscritos na competição e, no parque, chegam 48 machos ou 48 fêmeas. Na final deste domingo, são 16 de cada. "A competição começou em Jaguarão. É uma evolução gigante estar aqui com um público do Brasil inteiro”, disse Lau.
Para ganhar o prêmio Freio de Ouro, o competidor tem que levar a melhor em várias categorias, como conformação, que analisa o padrão racial dos animais. Depois, tem uma primeira fase de andadura, onde se analisa trote e galope. Hoje, na reta final, os competidores mostram suas habilidades na mangueira, giro e paleteada, entre outras provas.
Clauss Garcia, comissário de voo paulista, mora há pouco tempo no Rio Grande do Sul e quis conhecer o parque e a competição para saber mais da cultura gaúcha. “Já estou pegando o jeito. Notei que, dependendo do giro, os competidores ganham ou perdem pontos”, apontou para a arena.
Além dos curiosos, na multidão também se encontram os adoradores e profissionais que trabalham com cavalos crioulos. Enio Silva, capataz de campo em Rio Grande, estava comparando as manobras da competição com as que utiliza no trabalho. "Às vezes, no improviso, temos que utilizar algumas dessas técnicas para domar o animal”, contou.
Comitivas apoiam competidores no Freio de Ouro
Ao final de uma das provas, um grupo grande de apoiadores de Brusque, em Santa Catarina, ficou animado com os resultados do amigo competidor Miguel Souza.
Ele estava com o animal Olímpio da Maior, que conquistou o primeiro lugar no ranking da prova. Jonas da Silva, empreendedor e produtor e amigo de Miguel, se emocionou. “Acompanho ele desde pequeno, estar aqui é um sonho.”
Rodrigo Caetano, também produtor rural e amigo do competidor Miguel, manteve a expectativa para a prova seguinte, de improviso. “É uma prova em que tudo pode acontecer, esperamos ter a mesma sorte”, ponderou.
Colibri Matrero e Gabriel Marty celebram o terceiro Freio de Ouro consecutivo
Em uma disputa acirrada e com alternância de posições durante as etapas, Gabriel Viola Marty, montando Colibri Matrero, levantou, pela terceira vez, o maior símbolo da raça, o Freio de Ouro. A égua vencedora foi Capanegra Acquavia, montada por Eduardo Weber Quadros.
Quase sem palavras para falar, carregando em suas mãos a bandeira do Uruguai, Gabriel Viola Marty era a imagem da felicidade. Após vencer a prova em 2020 e 2021, o ginete levantou pela terceira vez o Freio de Ouro. Instantes antes de receber o prêmio, executou a já tradicional esbarrada com seu cavalo, desmontou, retirou o chapéu em respeito e celebrou com Colibri Matrero, encostando sua cabeça na do companheiro de vitórias. “A história fala por ele, as pessoas falam por ele. Um cavalo que encantou o público, um cavalo que encantou a raça, um cavalo que mudou a história, um cavalo estrangeiro que representa um país”, disse o ginete sobre seu cavalo.
O uruguaio Juan Salustiano Peirano, dono da cabanha La Pacífica, disse que Colibri Matrero é um fenômeno. “Nasceu com uma estrela, é um presente de Deus”, resumiu o criador. Ele se referiu à mãe, que segundo ele foi quem o iniciou com os cavalos. “É uma emoção muito grande, difícil encontrar as palavras para explicar o agradecimento que nós temos com a raça, com a ABCCC, por poder estar aqui em um dia como hoje, uma grande oportunidade de competir”, avaliou.
Ao comemorar, ainda em pista, sua conquista, Eduardo Quadros resumiu o momento como ímpar. Ele citou a conquista do Freio em 2017, quando montou Capanegra Quinta Sinfonia, uma irmã inteira (forma como os crioulistas se referem a filhos do mesmo pai e mesma mãe) de Capanegra Acquavia. “Queria agradecer a Deus, à minha família, à minha torcida, a todos meus amigos, a todos. Tenho muita gratidão por esse momento, acho que Deus bota as coisas no lugar certo, no tempo certo”, celebrou o ginete.
Criador e expositor da égua Freio de Ouro, Fernando Dornelles Pons dedicou o prêmio ao amigo Walter Moura, recentemente falecido. “Foi meu grande parceiro e entusiasta, um mestre. Então creio que lá de cima ele está iluminando”, disse o criador. Ele também comparou as duas irmãs com as quais venceu o Freio de Ouro. "Talvez esta seja de um temperamento um pouquinho mais calmo que a outra, mas é muito boa, é maravilhosa!”, afirmou.
Onécio Prado Júnior, presidente da ABCCC, resumiu a final do 40º Freio de Ouro como sensacional. “Desde o início, no sábado anterior com a Morfologia, agora o fechamento com nosso Freio de Ouro, 40 anos de Freio, 90 anos de entidade, tudo ajudou: o tempo, os animais extraordinários e casa cheia, que é o que dá mais alegria, confraternização e trazendo aqui todo o calor que o Freio tem”, disse o dirigente.
Comentários
CORRIGIR TEXTO
