Entrega imediata de modelos, aqueles que não enfrentam dificuldades de componentes e logística, e produtores rurais querendo gastar mais, além das compras de colheitadeiras e tratores, despontam entre as razões para maior venda ou previsão de alta nos negócios das concessionárias de automóveis da Expointer 2022. As marcas trabalham com até 60% de aumento na comercialização. 

As equipes de vendas apostam em maior fluxo nos últimos três dias, de sexta-feira a domingo, para bater metas ou ampliar as negociações. "Estamos na Expointer desde 2014 e nunca tinha visto estas vendas. É a maior feira dos últimos anos", garante a diretora comercial da Iesa BMW e Mini, Caroline Quadros.

"A gente fatura e vende. O cliente agro passou a ser premium,  tornou-se mais consumista. No começo da feira, o movimento estava mais fraco, agora a disposição "é não perder vendas para nenhum concorrente", diz Jefferson Rosa, da Nissan.  

Na área da Toyota, o número de unidades chegou a 130 até esta quinta-feira (1), e a meta é bater em 250, diz Leonardo Fernandes, gerente da Savarauto, citando que uma vantagem é a pronta entrega. “Na feira em 2021, ninguém tinha carro”, lembrou Fernandes. Picapes Hilux 4x4 SR são as mais buscadas, com desconto de 10% para produtores.

O engenheiro agrônomo Vinícius Floss pediu avaliação da picape usada, mas indicou uma barreira para trocar por uma nova. "O juro está alto", reagiu Floss. O gerente do grupo Savarauto em Novo Hamburgo, que atua ainda com Jeep e RAM, Octaviano Busnello, projeta alta de 15% a 30% nas três operações. “A expectativa é de grande volume como nos melhores anos de Expointer”, avalia Busnello.

O diretor comercial da Superauto BR, que vende a marca Ford, Marcelo Galvão Perna Filho, quer chegar a 80 picapes vendidas, com ritmo que começou mais devagar, mas acelerou no quarto dia, com as caravanas de agricultores. “Tem muita concorrência, e o público está olhando muito”, citou Perna. Em 2021, a marca vendeu 30 carros na feira, número que fica longe da média de 80 a 100 unidades, contrasta o diretor da Superauto. 

A General Motors vem com uma restrição, que é o abastecimento da camionete S-10, que não tem pronta entrega. Por isso, os SUV estão saindo mais. A meta do estande é vender 150 carros, diz o gerente regional e marketing da Sinoscar. No ano passado, a marca comercializou 100 unidades. Um dos atrativos para impulsionar negócios com a picape é juro zero em algumas condições de prazo menor. 

Na área da Mitsubishi, a expectativa é vender 100 unidades, com demanda de picape de entrada para empresas que atuam no segmento do agronegócio, além de agricultores. Em 2021, foram 30, diz Fabio Rodrigo Brambilla, consultor regional da marca.

A final do Freio de Ouro, competição do cavalo crioulo, para o último fim de semana pode gerar o fluxo que ainda falta. Na Fiat, a expectativa é vender 40% mais. Picapes menos robustas como Toro e Strada lideram as compras, que podem chegar a 350 unidades, diz o gerente regional de marketing, Rodrigo Gomes.  

O presidente do Sindicato Intermunicipal dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do RS (Sincodiv-RS), Paulo Siqueira, reforça que o movimento foi muito acima das expectativas das marcas na largada da edição. "Surpreendeu, o movimento de público e vendas é acima da expectativa", resumiu Siqueira.