Publicada em 31 de Agosto de 2022 às 17:25

Facas do Bolsonaro e cuias do Lula são vendidas na Expointer

Facas de churrasco recortadas a laser trazem dizeres

Facas de churrasco recortadas a laser trazem dizeres


/Ramiro Sanchez/Especial/JC
Diego Nuñez e Mauro Belo Schneider
Diego Nuñez e Mauro Belo Schneider
A não ser pela presença de candidatos a diversas esferas do poder político gaúcho e brasileiro, a campanha político-partidária não teve muita expressão na Expointer. Dentro do Parque Assis Brasil, pelo menos, não se observou bandeiraços de candidatos, uma distribuição intensa de santinhos e panfletos e nem cartazes com números de partidos. Apenas em frente ao Parque. Há, no entanto, facas de churrasco e facões personalizados do presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), e cuias dele e de seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 
As facas de churrasco recortadas a laser contêm dizeres como “mito”, “Brasil acima de tudo” e o rosto de Bolsonaro. O preço, no Pavilhão da Agricultura Familiar, varia entre R$ 180,00 e R$ 400,00, mas já teve quem vendeu mais caro. “O primeiro que começou com isso levou para Brasília e vendeu por R$ 1 mil, R$ 1,5 mil apenas uma faca. Aqui na Expointer, não dá para reclamar. Está saindo muito bem, é a faca mais tietada”, relata Roberto Tonin, proprietário da Facas Mosca Branca, de Soledade.
Os relatos são uniformes entre os vendedores: em uma das maiores feiras da América Latina para o agronegócio - setor, segundo apontam pesquisas, que tem grande aceitação do ocupante do Palácio da Alvorada - predominam as reações positivas ao se deparar com o produto.
“O pessoal compra bastante, mais do que as outras (facas comuns), a que tem o cabo personalizado também já foi todas. As do Bolsonaro saem mais do que as do Grêmio e do Inter. Eu não estou fazendo propaganda para ninguém, só estou vendendo”, se justificou o proprietário da Facas Cuiudo, Jair Kuhn Pimentel.
E o Lula? Não há facas de outros candidatos à presidência. Nem de Ciro Gomes (PDT), nem de Simone Tebet (MDB).
“Faca de político eu não boto minha marca. Não posso misturar meu negócio com política.
Aqui na feira não tem do Lula, mas pode ser feita por encomenda. Mas aí eu cobro adiantado, já que o pessoal do PT tem fama de não pagar”, disse, em tom de piada, o proprietário da Facas Alma de Gato Dilamar Bombardelli, de Encantado.
O ex-presidente do País (2003-2010), entretanto, não passou em branco no Parque Assis Brasil. Na área em frente às máquinas agrícolas, a banca Chimarrão para Divas vende cuias de Lula e de Bolsonaro. Os artigos, feitos de porongo forrado com os tecidos temáticos dos candidatos, custam R$ 25,00.
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As cuias dos candidatos são vendidas a R$ 25,00 (Foto Ramiro Sanchez/Especial/JC)
“A cada 197 cuias que vendo do Bolsonaro, outras cinco são do Lula”, revela o empreendedor Tavares Biuthier, que tem loja e fábrica em Gravataí. Ele prevê, no entanto, que em sua próxima feira, no Parque Harmonia, em Porto Alegre, o placar inverterá, com Lula na frente.
No fim de semana, Tavares contabilizou a venda de mais de 1,2 mil cuias. Para os militantes presentes no parque, ele trouxe duas caixas dos itens de Bolsonaro e uma de Lula. “A rivalidade é igual Grêmio e Inter”, compara.
Biuthier não considera que seu trabalho seja propaganda política. “Tenho os dois. Não estou promovendo nem um nem o outro”, argumenta. No pavilhão de comércio, também são encontrados bonés do atual presidente da República e candidato à reeleição.
As regras da feira não vedam a prática. A legislação do Parque apenas impede qualquer manifestação de caráter político-partidário que venha a perturbar o bom andamento do evento.
Consultado, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) não se manifestou quanto aos produtos vendidos na Expointer e se limitou a encaminhar a Resolução nº 23.610, que dispõe sobre propaganda eleitoral, utilização e geração do horário gratuito e condutas ilícitas em campanha eleitoral.
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