Publicada em 30 de Agosto de 2022 às 16:11

Criadores estão atentos ao bem-estar dos animais na feira

Produtores usam técnicas caseiras para manter ovelhas hidradatas

Produtores usam técnicas caseiras para manter ovelhas hidradatas


LUIZA PRADO/JC
Maria Amélia Vargas
A tradição de que os dias da Expointer apresentam as quatro estações aos seus visitantes foi mantida ao pé da letra nesta edição. Já no primeiro fim de semana, o Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, teve clima semelhante ao auge do verão gaúcho no sábado e ao pico de inverno no domingo. Esta radical mudança em um curto espaço de tempo reforçou o alerta para a questão do bem-estar das espécies em feiras como esta.
A tradição de que os dias da Expointer apresentam as quatro estações aos seus visitantes foi mantida ao pé da letra nesta edição. Já no primeiro fim de semana, o Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, teve clima semelhante ao auge do verão gaúcho no sábado e ao pico de inverno no domingo. Esta radical mudança em um curto espaço de tempo reforçou o alerta para a questão do bem-estar das espécies em feiras como esta.
“No sábado fez 32 graus de temperatura, mas no dia seguinte amanheceu com oito graus. Os animais sentem essa queda tanto quanto nós, e precisam de conforto térmico neste ambiente novo para eles”, explica o coordenador da casa do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS) na feira, Flávio de Oliveira.
Para reduzir o incômodo com as variações térmicas, o conselheiro indica o uso de tapumes para barrar o vento e o frio, banho com água fresca nos dias de calor e camas sempre secas contra a umidade da chuva. ”O bom é que os exemplares cheguem mais cedo para irem se acostumando com espaço”, indica Oliveira.
Apesar de as raças presentes nos galpões já estarem adaptadas aos intempéries dos trópicos, os criadores reforçam o cuidado com os bichos durante a feira. O diretor-secretário da Associação Brasileira da Brangus (Abrangus), José Luís Arbiza, sugere a coleta da urina para manter o feno sempre enxuto. “Outra medida é evitar os banhos ao final da tarde para que eles não passem as noites molhados”, indica.
Com os ovinos o principal obstáculo observado pelo criador Januário Fernandes, da Cabanha Olaria, de Itaqui, é a hidratação. ”As ovelhas não estão acostumadas a tomar água com cloro. Sabendo que a hidratação é fundamental para a saúde delas, nós usamos um truque: adicionamos limão para disfarçar o sabor do produto”, afirma o produtor.
Além disso, o presidente Sindicato dos Médicos Veterinários do Rio Grande do Sul (Simvetrs), João Júnior, recomenda que a adaptação do consumo com este aditivo químico ocorra previamente ou, na impossibilidade, que o criador leve a mesma água consumida no seu dia a dia do campo.
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