Publicada em 29 de Agosto de 2022 às 19:14

Conab desenvolve novo método de aferição de produtividade nas lavouras

Bestetti mira ampliação no Brasil

Bestetti mira ampliação no Brasil


Ramiro Sanchez/JC
Claudio Medaglia
Uma metodologia de pesquisa desenvolvida pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Rio Grande do Sul e aplicada sobre cerca de 100 propriedades rurais gaúchas apontou produtividade média de 1.433 quilos por hectare nas lavouras de soja na última safra de verão. O resultado, em acordo com o divulgado oficialmente pelo órgão, dá confiabilidade ao estudo e segurança no controle dos estoques.
Uma metodologia de pesquisa desenvolvida pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Rio Grande do Sul e aplicada sobre cerca de 100 propriedades rurais gaúchas apontou produtividade média de 1.433 quilos por hectare nas lavouras de soja na última safra de verão. O resultado, em acordo com o divulgado oficialmente pelo órgão, dá confiabilidade ao estudo e segurança no controle dos estoques.
O estudo foi apresentado nesta segunda-feira (29), durante reunião da Câmara Setorial do Trigo no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Conforme o engenheiro agrônomo Márcio Renan Weber Schorr, que comandou a iniciativa, a intenção é estender o uso dessa metodologia ao acompanhamento de outras culturas, como o trigo.
“O que buscamos é a melhoria dos processos internos. Adicionamos novas tecnologias ao processo para que o trabalho tenha maior acurácia na quantificação da produtividade das culturas”, disse Schorr.
O projeto se iniciou ainda em 2012, mas foi interrompido. “Tentamos implantá-lo no Brasil todo, mas tivemos alguns problemas, e a experiência ficou parada. Conseguimos, há dois anos, uma autorização para implantar um projeto-piloto no Rio Grande do Sul, a fim de testar a metodologia. E agora estamos tentando ampliá-la para todo o país”, disse o superintendente da Conab no Estado, Carlos Roberto Bestetti.
A adoção de diferentes métodos de verificação da produção brasileira incomoda a Associação das Empresas Cerealistas do Estado do Rio Grande do Sul (Acergs). D acordo com o presidente da entidade, Roges Pagnussat, as empresas do setor fazem pesquisas mensais com boa assertividade, mas com resultados não necessariamente iguais aos dados oficiais. "O ideal seria que fosse identificado o método mais eficiente e, então, utilizado por todos. Um dado errado prejudica inclusive a contratação do seguro agrícola", alertou. 
A fidelidade dos números do novo estudo da Conab, porém, não esconde os problemas climáticos enfrentados durante as diferentes fases das lavouras. Afinal, a quebra na safra de soja ficou na casa dos 60%, uma das maiores perdas dos últimos anos.
Para a safra de trigo, Bestetti observou que, por enquanto, o desenvolvimento das lavouras está excelente. “A semeadura das lavouras atrasou um pouco, por excesso de umidade. Mas ainda foi feita em período satisfatório. Se a colheita fosse hoje, a safra seria muito boa. Entretanto, o trigo é uma cultura muito suscetível às mudanças climáticas.
Com uma área plantada superior a 1 milhão de hectares, o produtor se esforça para obter produtividade de 3,6 mil quilos por hectare. “Se alcançarmos esse índice, teremos uma produção que há muitos anos não se consegue no Rio Grande do Sul”, completou o superintendente estadual da Conab.
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