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Publicada em 29 de Agosto de 2025 às 00:05

Tradição e tendência caminham juntas no pavilhão mais querido da Expointer

Pavilhão da agricultura familiar bateu recordes em 2025, e 196 municípios estarão representados

Pavilhão da agricultura familiar bateu recordes em 2025, e 196 municípios estarão representados

/ALINA SOUZA/ARQUIVO/JC
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O espaço mais diverso, criativo e alegre da Expointer é sem dúvida nenhuma o Pavilhão da Agricultura Familiar que neste ano bateu todos os recordes e alcançou um número inédito de agroindústrias participantes, chegando a 456 estandes. As atrações serão muitas, algumas inéditas e inusitadas, outras que expressam a essência e a tradição gaúcha em suas diferentes vertentes. Seja de produtos que seguem a trend, a tendência do momento, como o chope de morango do amor, ou dos que trilham o caminho das raízes como a cachaçaria que trabalha com barricas de madeiras centenárias ou as chefs de cozinha de Sapiranga que levarão para Esteio pratos típicos alemães.  
O espaço mais diverso, criativo e alegre da Expointer é sem dúvida nenhuma o Pavilhão da Agricultura Familiar que neste ano bateu todos os recordes e alcançou um número inédito de agroindústrias participantes, chegando a 456 estandes. As atrações serão muitas, algumas inéditas e inusitadas, outras que expressam a essência e a tradição gaúcha em suas diferentes vertentes. Seja de produtos que seguem a trend, a tendência do momento, como o chope de morango do amor, ou dos que trilham o caminho das raízes como a cachaçaria que trabalha com barricas de madeiras centenárias ou as chefs de cozinha de Sapiranga que levarão para Esteio pratos típicos alemães.  
O pavilhão da agricultura familiar se consolidou como um dos espaços favoritos do público durante a Expointer e neste ano bate recorde de agroindústrias inscritas, representando 196 municípios gaúchos e de mais de 400 participantes, 355 são agroindústrias familiares, 70 são de artesanato, incluindo os indígenas e quilombolas, 31 são estandes de plantas e mudas. Do total de inscritos, 68 são empreendimentos conduzidos por jovens até 30 anos, 146 têm mulheres à frente e 70 estarão participando pela primeira vez da Expointer.
O presidente da Federação dos Agricultores do Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva, diz que nesta edição o pavilhão da agricultura familiar será o maior de todos, com agroindústrias trazendo novidades. “Sempre produtos de qualidade que farão dessa edição uma das maiores e o espaço um dos mais visitados. Ele está sendo preparado com muito carinho para receber os visitantes, assim como os agricultores já estão se preparando com a produção em casa, muitas novidades”.  
A assessora da gerência técnica da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater/RS-Ascar), Fabiana Durgant, diz que todos os anos, o público fica ansioso para saber quais serão as novidades do espaço: receitas novas, sabores inusitados e combinações diferentes de aromas e paladares, produtos artesanais que simbolizam as mais diferentes raízes do Estado. “As novidades são importantes e os nossos agricultores estão conectados, acompanhando os processos tecnológicos e de inovação”, diz Fabiana. Entre os destaques deste ano estão o queijo e o doce de leite de ovelha, o queijo maturado com erva mate, um salame com pinhão, rapadura com café, iogurte com doce de leite, além do torresmo que volta com tudo para o mercado. Além disso, o queijo serrano típico dos Campos de Cima da Serra volta em volume expressivo para a feira, produto que obteve o título de patrimônio cultural do estado do Rio Grande do Sul. “Um produto único feito de forma totalmente artesanal e com características próprias lá nos Campos de Cima da Serra”, acrescenta Fabiana. 
De acordo com a assessora, durante o processo de assistência técnica e extensão rural junto às famílias de empreendedores rurais, a Emater trabalha tanto a importância de desenvolver produtos inovadores como a relevância de, ao mesmo tempo, manter o foco na tradição. “Deixamos claro que a agroindústria familiar deve focar sua produção na tradição, pois não são produtos que vamos achar numa grande rede de supermercado, feito em grande escala”, afirma Fabiana. A intenção da Emater é fazer com que as famílias não percam a essência de suas produções, elaborando produtos com características próprias, receitas de avó, de nona que quando consumidas trazem toda uma memória afetiva. 
Neste ano, o Pavilhão da Agricultura Familiar contará também com estandes sobre turismo rural, uma exposição fotográfica sobre os 70 anos da Emater. 

Alambique produz cachaça orgânica em barricas de madeiras centenárias

Cachaçaria Velho Alambique expõe no local há mais de 20 anos

Cachaçaria Velho Alambique expõe no local há mais de 20 anos

/Arquivo Pessoal/JC
A cachaça produzida nas barricas de Bálsamo e Jaquitibá, datadas de 1915, prometem ser uma das grandes atrações do Pavilhão da Agricultura Familiar deste ano, seja pelo sabor intenso e único do produto, seja pela história que envolve a produção da bebida. O proprietário da Cachaçaria Velho Alambique, Ivandro Remus, conta que as barricas produzidas com as madeiras históricas, típicas do Norte de Minas Gerais, chegaram nas suas mãos por acaso.
"O tonel estava com um expositor amigo, e, em cima dele, tinha a placa do ano 1915. Aí, eu disse: olha, Sérgio, para mim tu podes ser sincero, isso aqui é para história de pescador? Que placa é essa de mais de 100 anos? E era verdade, ele me provou e ainda me deu os tonéis de presente", lembra Remus. As barricas, que pertenciam ao avô de um mestre cachaceiro do Paraná que resolveu se desfazer do artefato histórico, deu origem às cachaças que ficam três anos envelhecendo nos tonéis e feitas de forma totalmente artesanal. "Eu não tinha noção de que resultaria em um produto tão bom, uma característica diferente de tudo que eu já provei", diz Remus, que é um dos expositores mais antigos do pavilhão, com mais de 20 anos de participação. O alambique, que fica no município de Santa Tereza, próximo ao Vale dos Vinhedos, conta com o trabalho de toda a família Remus, filhos e esposa. "Dividimos o trabalho e todo mundo pega junto", diz. As cachaças do Velho Alambique já são conhecidas na Expointer e a Amburana costuma ser a queridinha do público, engarrafada em porcelana e vidro. "São as campeãs de vendas, assim como a Prata e a Carvalho", completa Remus.

Chope de morango do amor promete atrair atenção

Foto case chope de morango do amor - caderno Expointer

Foto case chope de morango do amor - caderno Expointer

Arquivo Pessoal/Divulgação/JC
Nos últimos meses, as redes sociais e a mídia em geral foram tomadas por uma onda de postagens e notícias com a nova febre do momento: o morango do amor. De olho nessa tendência, a Vinícola Ferigollo, de Frederico Westphalen, no Norte do Estado, resolveu criar o chope de morando do amor. "É uma cerveja tipo Fruitbier, leve, refrescante e com drinkability, não muito doce, que traz o sabor do morango, pois usamos a polpa da fruta na formulação da bebida. Levaremos em torno de 500 litros da bebida", afirma Cleverton Ferigollo, proprietário da agroindústria. Na sua terceira participação na feira, ele quer aproveitar a onda de sucesso do doce, elaborado com uma calda vermelha como cobertura e recheado com morango e doce de leite condensado branco, para alavancar as vendas.
"Acreditamos que as vendas serão superiores a 30% do valor comercializado ano passado e sempre buscamos inovar para atender à demanda do consumidor."
 

Kolonezschmack levará culinária típica alemã

Associação de mulheres de Sapiranga aposta em sabores da colônia

Associação de mulheres de Sapiranga aposta em sabores da colônia

/Arquivo Pessoal/JC
Uma iniciativa nobre que surgiu para viabilizar oportunidade de trabalho para mulheres do município de Sapiranga promete ser uma das grandes atrações culinárias da 48ª Expointer. A Associação de Mulheres Rurais Kolonezschmack, palavra alemã que significa Sabor da Colônia, levará para Esteio pratos típicos da gastronomia alemã para a praça de alimentação da agricultura familiar. "São iguarias feitas com a base da culinária germânica, com produtos de carne suína, bolinho de batata tradicional", afirma a coordenadora do projeto, Leila Helena Kronbauer.
Este é o segundo ano da associação na Expointer e a ideia é levar também a opção do que Lela chama de comida de rotina. "Nesse ano, vamos fazer várias opções com a possibilidade de a pessoa escolher o que ela quer no seu prato. O nome vai ser monte o seu prato, aí vai ter as opções de duas opções de carne, que é a carne de gado e a carne de porco, vai ter a carne de panela, o aipim, a massa, o arroz e as saladas diversas. No lanche vai ter bolinho de batata e os pastéis de linguiça com queijo", conta Leila. A associação, criada em 2018, conta com a participação de 30 mulheres e é fonte de renda para a maioria delas, além de promover trocas de experiência, resgates da culinária típica alemã e artesanato rural. "A associação trabalha, atualmente, com panificados. Mas topamos o desafio de pegar uma cozinha na Expointer para preparo de almoço e lanches, o qual deu muito certo, por isso esse ano decidimos encarar novamente." 

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