Publicada em 01 de Setembro de 2023 às 14:25

Uruguai destaca a importância da nova ponte internacional e de outras obras

O ministro de Agricultura Fernando Mattos e a cônsul Liliana Buonomo visitaram a Casa JC na Expoionter, onde foram recebidos por Giovanni Tumelero

O ministro de Agricultura Fernando Mattos e a cônsul Liliana Buonomo visitaram a Casa JC na Expoionter, onde foram recebidos por Giovanni Tumelero


IVO GONÇALVES/JC
Osni Machado
Obras importantes de infraestrutura irão beneficiar, economicamente, o Brasil e o Uruguai. Uma delas é a reconstrução da ponte centenária Barão de Mauá. 
Obras importantes de infraestrutura irão beneficiar, economicamente, o Brasil e o Uruguai. Uma delas é a reconstrução da ponte centenária Barão de Mauá. 
Um compromisso assumido pelo governo uruguaio e pelo lado brasileiro, a construção de uma nova ponte internacional sobre o rio Jaguarão irá ligar o Brasil (Jaguarão) e o Uruguai (Rio Branco), permitindo o acesso à aduana brasileira, na Rodovia BR-116/RS. Inclusive, foi publicado na edição de quinta-feira (31) do Diário Oficial da União o aviso de edital de licitação para a construção dessa nova ponte. De acordo com o documento, a entrega das propostas já está marcada para ocorrer, neste mês, no dia 22 de setembro.
“Nós estamos muito contentes, diante de mais um fator de integração, que é favorável à consolidação desse relacionamento binacional”, enfatizou o ministro da Agricultura do Uruguai, Fernando Mattos, durante a sua visita à Casa do Jornal do Comércio na Expointer. No encontro, na quinta-feira (31), esteve presente também a cônsul-geral do Uruguai no Estado do Rio Grande do Sul, Liliana Buonomo. Na oportunidade, os visitantes foram recebidos pelo diretor de operações do JC, Giovanni Jarros Tumeleiro.
Mattos destacou a importância dessa nova ponte, lembrando que será mais uma via de acesso para fortalecer, sobremaneira, o comércio binacional e, em particular, para a economia das populações das regiões circundantes. “Trata-se de uma obra que facilitará, uma vez que irá permitir a menor distância entre Montevidéu e Porto Alegre”, salientou Mattos.
Outras iniciativas foram citadas pelo ministro. “O aeroporto binacional de Rivera permanecerá, logicamente, prestando o seu serviço a ambas as cidades. Os cidadãos do Brasil que pegam voos domésticos terão a chegada no terminal do aeroporto de Limeira como se fosse no território brasileiro”, explicou.
Segundo Mattos, quem desembarcar nesse aeroporto “não terá nada para fazer junto à Receita Federal, nem na alfândega, o que possibilitará uma maior conectividade". Neste aspecto, a cônsul-geral do Uruguai, Liliana Buonomo, acrescentou que haverá uma maior quantidade de voos e isso também estimula muito o turismo uruguaio, justamente, por gerar um poder conexão entre as cidades.
“São quase 300 mil habitantes nessa área circundante, além de dar acesso a mais regiões. E poderá haver voos regulares de Porto Alegre e de outras localidades, favorecendo o turismo. “É um grande passo em direção à integração”, acrescentou o ministro.

Mattos salientou que os negócios binacionais também podem evoluir para novos investimentos de outros segmentos da economia. “Através do aeroporto interativo pode-se gerar uma quantidade de contatos e de possibilidades de novos negócios”, reforçou.
O ministro da agricultura do Uruguai lembrou também que a viabilização do transporte via hidrovia Lagoa Mirim é importante para o fortalecimento do Rio Grande do Sul, uma vez que o escoamento de inúmeros produtos será via estado brasileiro até o terminal portuário de águas profundas de Rio Grande, mas há necessidade, por exemplo, da drenagem do canal de São Gonçalo. “Isso irá viabilizar a saída de produtos e importação de insumos, principalmente, para região Nordeste do Uruguai”, explicou.
O transporte pela lagoa Mirim poderá, por exemplo, reduzir em quase 400 quilômetros o escoamento de grãos, calcário e de outras mercadorias, principalmente, da região Norte do Uruguai. Uma barcaça poderá transportar o equivalente a 30 caminhões carregados.

Reunião com produtores de leite
“Nós estivemos, nesta quinta-feira, em uma reunião bem-importante para o setor produtor industrial do leite. Fomos acompanhados por representantes desses setores do Uruguai e nos reunimos com a parte brasileira”, informou o ministro da agricultura do Uruguai.
Mattos explicou que a principal questão do debate foi em relação à incidência dos laticínios importados. Segundo ele, no encontro, foi apresentado um parecer técnico e objetivo, descartando qualquer incidência de transação comercial perniciosa ao setor lácteo.
“O resultado da rentabilidade do produtor brasileiro existe e, no momento, ele é um problema social. Compreendemos e tentamos buscar as melhores soluções na relação comerciais”, citou. “Houve uma queda de preços internacionais. O leite teve um ajuste de preço em função de uma demanda fraca nos mercados externos e isso refletiu também aqui no Brasil, onde a exportação que está sendo realizada nos países do Mercosul. E o preço continua em uma margem menor do que existe na produção brasileira”.

Encontro com o ministro Carlos Fávaro
Mattos informou que manteve contato com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Carlos Fávaro, no período da tarde, na Expointer. “Nós falamos com o ministro Fávero e ouvimos dele as preocupações. Nós temos tido alguns empecilhos na fronteira e que estão sendo resolvido”, lembrou.

De acordo com Mattos, houve um compromisso do ministro Fávaro de resolver essas questões e de análise e de demoras e que carecem de operações (na fronteira). Por outro lado, o ministro Uruguaio, disse que há compreensão sobre a questão do leite por parte de seu país.
“Esse momento é delicado para o produtor brasileiro. Vamos buscar dentro das leis, dentro das regras comerciais, se existe algum mecanismo que possamos falar no que poderia ser eventualmente um acordo voluntário entre as empresas”, destacou.
Mattos, porém, frisou: “na regulamentação do Mercosul não tem como nós nos apegarmos a alguma modificação, já que apregoamos o livre comércio e a liberdade é de exportação de bens e serviço”. “Estabelecer qualquer restrição seria um ato de violação das regras”, acrescentou. 
A ideia, segundo ele, foi tentar acordo com o ministro Fávaro. “Vamos estabelecer um diálogo com representantes técnicos e políticos referenciais de ambos países para encontrarmos as melhores soluções que estimulem o consumo de leite”, enfatizou. Mattos disse que esse estímulo ao consumo de leite poderia ser através do seu uso na merenda escolar no Brasil de acordo com o que é feito no Uruguai.
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