Publicada em 25 de Agosto de 2023 às 00:05

Duas estreias e um retorno entre as celebridades

Ovinos, bovinos, zebuínos, bubalinos, equídeos, caprinos e pequenos animais marcam presença

Ovinos, bovinos, zebuínos, bubalinos, equídeos, caprinos e pequenos animais marcam presença


/TÂNIA MEINERZ/JC
Ana Esteves, especial para o JC
Ana Esteves, especial para o JC
As grandes estrelas da Expointer são, sem sombra de dúvida, os animais. É na mostra de Esteio que a cidade encontra o campo e se apropria dele, conhecendo suas peculiaridades. Neste ano, são 89 raças inscritas, de diferentes espécies, ovinos, bovinos, zebuínos, bubalinos, equídeos, caprinos e pequenos animais. Nesta edição, a feira terá duas estreias: a raça Merino Australiano Naturalmente Colorido e a raça de caprinos Savana.
E um retorno: o jumento Pêga que participou pela última vez em 1989. "São novidades que irão atiçar ainda mais a curiosidade, tanto das pessoas que visitam o parque como dos criadores interessados em conhecer novas raças", afirma o presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), João Wolf.
Mais uma vez, os ovinos são a maioria na Expointer, num total de 980 animais de 15 raças, um aumento de 9,87% em relação a 2022, quando a feira teve 892 animais inscritos. "Existe um movimento de fortalecimento da ovinocultura gaúcha, tanto em lã, quanto em carne, isso justifica o recorde no número de inscritos", afirma a vice-presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), Elisabeth Amaral Lemos. Muitas raças têm destaque nesta feira: o Texel e o Texel Colorido em primeiro lugar, com maior número de animais, mas tem também o Dorper e White Dorper, que aumentaram sua participação neste ano e a Romney Marsh.
O criador de uma das raças estreantes na Expointer, a Merino Australiano Naturalmente Colorido, Éverson Bravo, de Glorinha, destaca que esta raça foi selecionada para produção de lã fina, com qualidade, sedosidade e suavidade. "A maior parte da venda dessa lã é para produção têxtil, por causa da qualidade desse produto, independente de ser naturalmente colorida", afirma o criador. O produto também pode ser destinado para o artesanato, utilizadas na produção de pelegos para arreios, para rodeios, para o homem do campo, entre outros", destaca o criador. Segundo ele, esse é o primeiro Merino Australiano Naturalmente Colorido puro por cruza (PC) a ser exposto na feira. "Nosso objetivo é que as pessoas saibam que existe no Estado criadores que trabalham com lãs naturais, sem corantes artificiais com a vantagem de ser lã fina da melhor qualidade", completa Bravo.
A raça caprina Savana é originária da África e vai estar com dois exemplares na mostra. "Depois de investir na raça Kalahari e obter grandes resultados em rusticidade, características essenciais para o Rio Grande do Sul, passei a estudar a raça Savana que também se destaca pela rusticidade, mostrando ser muito eficiente no ganho de peso em sistemas de fazenda campo", destaca o produtor Renato Moreira, de Santana da Boa Vista. A expectativa é de aumentar o número de negócios em relação a 2022, especialmente porque a carne de cabrito está em alta, com possibilidade de exportação para o mercado árabe, o que tem estimulado bastante os criadores. Nesta Expointer, participam 115 animais das raças Anglonubiana, Boer, Kalahari e Savana.
A terceira novidade é o retorno da raça de jumento Pêga. São 10 exemplares presentes na feira, que não vão participar de julgamento, apenas de apresentação da raça na pista. "Queremos mostrar para todo o povo gaúcho uma realidade da equideocultura que não faz parte exatamente da tradição sulina de hoje, mas que existe há muito tempo, desde a época do tropeirismo", diz Martin Herman, criador de jumentos da raça Pêga, introduzida no Brasil por volta de 1534.
Os equídeos participam desta Expointer com 819 animais de 11 raças, aumento de 1,24% em relação a 2022, quando foi registrado 809 animais na feira. E são o segundo maior em número de animais. A maior representação é dos cavalos crioulos, que registraram um aumento de 23%, passando de 391 em 2022 para 431 neste ano. Apenas as aves e pássaros não vão estar presentes por causa da influenza aviária. Depois de ovinos e equídeos, os bovinos de corte estão em terceiro lugar em número de inscritos, com 15 raças e 617 animais, 38 animais a menos do que em 2022. A raça com maior participação é a Braford, que conta com 94 animais, um a mais do que em 2022.
 
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