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Corrida de rua: busca por saúde e diversidade de provas atraem praticantes
Seja praticando a corrida recreativa ou a competitiva, cada vez mais pessoas têm colocado tênis nos pés e tomado as ruas para correr
Por Maria Welter
A corrida de rua é uma modalidade que tem atraído cada vez mais praticantes no Brasil. Seja a corrida recreativa ou a competitiva, cada vez mais pessoas têm colocado tênis nos pés e tomado as ruas para correr. Para os corredores mais assíduos da modalidade, as provas são uma maneira de incentivar a prática esportiva e a superação de limites.
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A corrida de rua é uma modalidade que tem atraído cada vez mais praticantes no Brasil. Seja a corrida recreativa ou a competitiva, cada vez mais pessoas têm colocado tênis nos pés e tomado as ruas para correr. Para os corredores mais assíduos da modalidade, as provas são uma maneira de incentivar a prática esportiva e a superação de limites.
Um fator que impulsiona a prática da corrida de rua são as provas. Conforme a pesquisa Perfil do Atleta Brasileiro, realizada pela plataforma de inscrições Ticket Sports, a corrida de rua é o esporte preferido dos atletas amadores e profissionais no Brasil. O levantamento elenca o fato da corrida de rua ser democrática como um dos atrativos dela, já que oferece opções de 3 quilômetros até ultramaratonas, que são as corridas com trajeto superior a 42.195 metros, que é a distância oficial da maratona.
Com 89 competições inscritas no site Corrida de Rua, o Rio Grande do Sul é o quarto estado do Brasil que mais realiza provas desse tipo, atrás apenas de São Paulo (273), Minas Gerais (114) e Santa Catarina (105).
A dentista Sarah Melniski, de 30 anos, conta que já praticava a corrida de maneira recreativa, mas começou a aumentar seu ritmo a partir da realização de sua primeira prova, que foi uma corrida de 10 km em 2021. "Depois, fiz uma meia maratona; ano passado, fiz minha primeira maratona; neste ano, tenho uma nova maratona que vai ser em abril", relata Sarah.
Para ela, as provas são um incentivo para continuar correndo. "Tira a gente da zona de conforto, faz querermos um novo desafio quando completamos aquele antigo", afirma a dentista.
"Por ter desde essas distâncias menores, de 3 km, 5 km, 6 km até 10 km, incentiva o pessoal que está começando e vê uma meia maratona ou uma maratona como algo muito pesado. Até porque a corrida, como todo treinamento, tem que ser gradual", complementa o educador físico Guilherme Silva, de 33 anos.
No leque de motivos que levam as pessoas a iniciarem na corrida de rua, alguns dos apontados são a busca por saúde e perda de peso. No caso de Guilherme Marinho Scheleck Ferreira, de 18 anos, a escolha pela corrida foi em busca de um estilo de vida saudável, com o objetivo de fortalecer o corpo para a prática de outros esportes, como vôlei e basquete. "A corrida é bastante importante para ter um cardiovascular bom. Eu faço academia, mas quero começar com outros esportes e acho importante porque percebi que meu cardio não estava tão bom, eu estava cansando muito rápido", relata Ferreira.
Também entre os iniciantes, há quem aproveite o período de férias para dar as primeiras passadas. É o caso do contador Leonardo Belico da Silva, de 26 anos. "Comecei a correr recentemente, saí de férias agora em janeiro e estava com um pouquinho de sobrepeso, então aproveitei as férias e uni o útil ao agradável", conta Silva, que pretende continuar praticando corrida mesmo após as férias.
Já a aposentada Ondina da Silva Monteiro, de 76 anos, intercala entre caminhada e corrida e todos os dias frequenta a Pista Atlética do Parque Ramiro Souto, na Redenção. "Antes eu estava na academia, agora parei um tempo de ir na academia e resolvi vir aqui para a Redenção para caminhar. Já faz mais de mês que estou caminhando, mas não paro de caminhar porque é bom para a saúde", afirma Ondina.
Para quem deseja iniciar no universo das corridas de rua, é preciso tomar alguns cuidados para evitar lesões. Uma alternativa é buscar assessorias esportivas focadas em corrida, que oferecem acompanhamento de treinadores de corrida que acompanham a evolução individual dos alunos, entre outras atividades. Esse tipo de serviço tem crescido, um exemplo é a 040 Assessoria Esportiva, de Porto Alegre, que foi fundada em 2020 e, hoje, conta com aproximadamente 440 alunos. "Tivemos um crescimento muito rápido e muito grande, que tem consistido bastante", afirma o treinador e diretor técnico da 040, Eduardo Caporal.
A empresa oferta três modalidades de inscrição, a online, a semipresencial e a presencial. Na online, indicada para quem não mora em Porto Alegre, são repassados os treinos e a pessoa corre onde quiser. Na semipresencial, o aluno pode escolher um dia por semana para correr em um dos oito pontos de treino da 040; os demais, irá fazer onde preferir. Na presencial, é possível frequentar qualquer ponto de treino quantas vezes por semana quiser.
Os pontos de treino ficam na Redenção (no espelho d'água e na pista do Parque Ramiro Souto), no Parque Moinhos de Vento (Parcão), no Centro Estadual de Treinamento Esportivo (CETE), no Parque Marcos Rubin, no Parque Alim Pedro, no Trecho 2 da Orla do Guaíba e na Rótula das Cuias. Em fevereiro, será aberto um ponto em Canoas, no Parque Getúlio Vargas.
Dicas para começar na corrida de rua:
1) Evitar sobrecarga
O treinador afirma que é importante respeitar os limites do corpo, não exagerar na velocidade ou na distância no início do processo, pois isso pode causar sobrecarga e gerar mais danos ao corpo do que benefícios que se busca com a prática esportiva. "Se tu nunca correu, não vai fazer, do nada, 4 ou 5 quilômetros, que já é bastante", defende Caporal.
2) Respiração
"Não caia nos gurus da internet. Tem muito guru que fala 'ah, a tua respiração tem que ser assim e assado', mas não. Na escola, nós nunca tivemos uma cadeira sobre respiração, todo mundo sabe que você respira pelo nariz, pela boca", afirma o treinador. A dica dele é respirar do jeito que a pessoa quiser, pois a respiração na corrida irá depender do condicionamento do atleta.
3) Tênis
Para Caporal, não é preciso investir em um tênis caro inicialmente. "Temos tênis com custo-benefício de R$ 150 ou R$ 200 que são muito bons e indicamos para os alunos", diz o treinador. O ponto de atenção na escolha do tênis deve ser para o solado, evitando tênis planos, já que a falta de amortecimento faz com que o impacto do movimento vá direto para os ossos, articulações, tendões e ligamentos, o que pode causar prejuízos à saúde.