Brasil leva 3 a 0 da Sérvia e fica com o vice no Mundial feminino de vôlei

Por Agência Estado

Serbia's Jovana Stevanovic (L) and Tijana Boskovic (2L) fight for the ball with Brazil's Gabriela Braga Guimaraes (C) during the Women's 2022 Volleyball World Cup final match between Brazil and Serbia at the Omnisport Apeldoorn, in Apeldoorn on October 15, 2022. (Photo by Sander Koning / ANP / AFP) / Netherlands OUT
A seleção brasileira feminina de vôlei voltou a tropeçar numa final do Mundial, neste sábado. Com uma equipe renovada, o Brasil foi superado pela favorita Sérvia por 3 sets a 0, com parciais de 26/24, 25/22 e 25/17, na cidade de Apeldoorn, na Holanda. Foi a quarta vez que o time feminino nacional perdeu uma decisão de Mundial, competição que nunca conquistou.
Com o resultado, a equipe da Sérvia confirmou o favoritismo de forma invicta na competição e se sagrou bicampeã mundial. O triunfo foi temperado com uma atuação de gala no terceiro set, quando as sérvias arrasaram as brasileiras, sem dar qualquer chance de reação às rivais.
Trata-se do quarto vice-campeonato da seleção brasileira feminina no Mundial. Antes, o Brasil havia sido superado pela Rússia nas finais de 2006 e 2010. Em 1994, as algozes das brasileiras foram as cubanas. De volta a uma decisão de Mundial após 12 anos, as comandadas de José Roberto Guimarães não conseguiram repetir as grandes atuações que exibiram diante do Japão e da Itália, outras equipes favoritas ao título.
Apesar da decepção, o vice-campeonato não deve deixar sabor amargo para o Brasil. Em processo de renovação, após a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano passado, o time nacional estava fora da lista dos favoritos nesta edição do Mundial. A chegada à final surpreendeu o próprio Zé Roberto, que comemorou quase como uma criança as surpreendentes vitórias sobre Japão e Itália, nas quartas de final e na semifinal, respectivamente.
Neste sábado, Zé Roberto evitou surpresas na escalação. Manteve Rosamaria no lugar de Pri Daroit, como vinha fazendo, e colocou em quadra a líbero Nyeme, ao lado também de Macris, Lorenne, Gabi, Carol e Carol Gattaz. Ao longo da partida, o treinador colocou em quadra Kisy, Roberta, Tainara e Pri Daroit.
Com a confiança em alta após a dura vitória sobre a Itália, a seleção brasileira começou bem ao aproveitar os seguidos erros de passe da Sérvia no primeiro set. Mas a vantagem foi embora rapidamente e as sérvias viraram em 11/10. Boskovic liderava o time europeu, que se destacava também nos bloqueios - somente Rosamaria parou três vezes neste sólido fundamento das rivais.
O triunfo na primeira parcial fez a Sérvia desacelerar no início do segundo set. E o Brasil abriu 6/2. Somente nesta parcial as brasileiras conseguiram faturar seu primeiro ponto de bloqueio na partida. No entanto, a seleção sérvia passou a reduzir a desvantagem no marcador e cresceu novamente no duelo. A equipe europeia empatou em 16/16 e virou para 19/16.
Sem desanimar, o time brasileiro reagiu prontamente e igualou em 22/22. Porém, a solidez do bloqueio sérvio voltou a ser decisivo no set. E o set point foi sacramentado com ponto neste fundamento. A Sérvia fazia 2 sets a 0 na final e o Brasil não encontrava um caminho para reagir, apesar dos seguidos erros cometidos pela equipe adversária.
Em situação delicada na decisão, Zé Roberto trocou a levantadora Macris por Roberta e colocou Tainara em quadra. As alterações deram efeito rápido, mas não mudaram o panorama do confronto. As sérvias assumiram a ponta no marcador logo no início do terceiro set e não foram mais alcançadas pelas brasileiras.
A diferença chegou a sete pontos, sob a liderança de Boskovic, atleta poupada na Liga das Nações para poder chegar em seu auge no Mundial. Nesta final, ela foi a maior pontuadora, com nada menos que 24 pontos. Pelo Brasil, Lorenne, Gabi e Carol anotaram nove pontos cada.