Governo inglês cobra Fifa sobre relatório de suspeitas de corrupção

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O governo inglês quer que a Fifa divulgue na íntegra o relatório sobre as suspeitas de corrupção na escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022, pois teme que a não publicação prejudique a reputação do futebol.
De acordo com o jornal inglês The Guardian, o secretário de cultura, Sajid Javid, escreveu uma carta para o presidente da Fifa, Joseph Blatter, em apoio à federação inglesa de futebol para pedir a publicação do relatório, com uma redação adequada para proteger os denunciantes.
"Sem a divulgação completa do relatório, a Fifa não corre o risco de apenas sofrer mais danos à sua credibilidade, mas também à sua reputação no futebol como um todo", escreveu Javid. A Fifa disse que não vai publicar na íntegra o documento que contém informações de investigação sobre corrupção na entidade.
O "Relatório Garcia", formulado por Michael Garcia, chefe da câmara de investigação do comitê de ética da entidade, detalha alegações de corrupção e suborno na entidade relacionadas às Copas da Rússia (2018) e do Qatar (2022).
"Publicar integralmente o documento colocaria a comissão de ética da Fifa, assim como a Fifa em seu conjunto, em uma situação complicada, especialmente do ponto de vista jurídico, já que contém detalhes apurados por pessoas pelas quais há que se garantir a confidencialidade", disse Hans-Joachim Eckert, presidente do órgão de decisão da comissão de ética da entidade.
A Fifa ignorou os indícios de corrupção, minimizou outras irregularidades apontadas em inquérito conduzido pelo seu Comitê de Ética e manteve as Copas de 2018 na Rússia e de 2022 no Qatar.
A decisão, anunciada no dia 13 deste mês, foi criticada imediatamente por Michel Garcia, chefe da câmara que conduziu a investigação, que afirmou que vai recorrer contra a manutenção das sedes.
A iniciativa também foi duramente criticada pela federação inglesa, que disputava a indicação para sediar uma Copa e que esperava a revisão da Fifa em relação às escolhas -a Fifa, no entanto, não só não mudou as decisões, como apontou falta de ética no comportamento dos ingleses durante o processo.