México faz 3 na Croácia e fica em segundo no Grupo A

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O México entrou em campo sem tomar gols e confiante para garantir a classificação às oitavas de final da Copa do Mundo após o empate com o Brasil. A Croácia precisava vencer para garantir a vaga. Mas o que se viu na Arena Pernambuco, no Recife, foi um show de disciplina tática e vitória mexicana por 3 a 1, pela última rodada do Grupo A.
A equipe da América do Norte quase ficou em primeiro lugar na chave, chegando a empatar no saldo de gols com a seleção brasileira durante o duelo, mas com a goleada do Brasil por 4 a 1 sobre Camarões, terminou em segundo. O time latino-americano encara agora a Holanda, na Arena Castelão, em Fortaleza, às 13 horas de domingo, pelas oitavas do Mundial.
Com uma grande torcida mexicana na Arena Pernambuco, que desde o início cantava para apoiar sua equipe, o confronto foi tenso, como não poderia deixar de acontecer nesta "decisão" no Recife. O México, por determinação da Fifa, entrava em campo pela primeira vez nesta Copa com camisas verdes, meias vermelhas e calções pretos, para não confundir com a camisa quadriculada vermelha e os calções brancos da Croácia, eliminada com três pontos.
A primeira oportunidade foi da Croácia, com escanteio conseguido na direita por Mandzukic. Mas a defesa mexicana, comandada por Rafa Marquez, afastou o perigo. Aos 6 minutos, os europeus, que marcavam a saída de bola mexicana, já tinham batido dois escanteios. Mas o duelo estava "pegado". Em lance forte no meio de campo, Rakitic chegou duro em Vazquez e levou o primeiro cartão amarelo do jogo.
Em outra jogada ríspida, Rafa Marquez atingiu Modric forte na cabeça. O meia croata teve de sair para atendimento médico. Mas aos 12 minutos, um pouco de futebol. Em saída rápida, Perisic cruzou para o meio da área para a chegada de Mandzukic. Rafa Marquez desviou par escanteio. Em cobrança ensaiada, a Croácia quase abriu o marcador quando Mandzukic completou para o gol de Ochoa. Aguilar salvou de cabeça. Aos 15, em boa jogada mexicana, Herrera quase marcou ao acertar a trave de Pletikosa em chute de fora da área.
A marcação mexicana estava muito forte, impedindo a Croácia de criar oportunidades mais claras. Só aos 26 minutos os croatas voltaram a assustar com um chute da entrada da área de Pranjic, que passou raspando o travessão do invicto Ochoa. Em outra oportunidade, aos 28, Perisic abriu espaço e chutou por cima do gol mexicano. O time latino-americano saía só em lances esporádicos. Em um deles, Vazquez chutou forte pro cima da meta de Pletikosa.
Na volta para a etapa final, com o placar desfavorável no jogo do Brasil, que vencia Camarões, a Croácia era mais do nunca obrigada a vencer o duelo. O time do técnico Niko Kovac criou problemas para os mexicanos desde o apito inicial do árbitro. E o principal articulador das jogadas era Modric, campeão europeu pelo Real Madrid nesta temporada e com sede de vitória. Em jogadas pelas laterais do campo, o meia levava perigo ao gol mexicano.
Mas a equipe de Miguel Herrera continuava mantendo uma disciplina espartana na marcação, o que impedia qualquer oportunidade mais clara dos croatas. Com a marcação forte, a Croácia perdeu a capacidade de ameaçar os mexicanos, vendo a chance de vaga nas oitavas do Mundial desaparecer aos poucos. A estratégia mexicana era clara: Guardado e Vazquez não deixavam Modric "pensar". E a defesa, com Moreno e Rodriguez, impedia qualquer tentativa aguda de Olic e Mandzukic, em um sistema bem compacto. Para complicar os croatas, Herrera colocou Javier "Chicharito" Hernández em campo, aos 16 minutos, para preocupar a defesa dos europeus.
Aos 19 minutos, em mais um lance polêmico da Copa, duas jogadas prejudicaram o time mexicano. Em boa bola de Aguilar pela direita, o ala cruzou e a zaga croata cometeu dois pênaltis no mesmo lance, primeiro com Srna empurrando Peralta e depois, em jogada bizarra, com o próprio Srna "defendendo" um chute de Guardado. O árbitro Ravshan Irmatov, do Usbequistão, só deu escanteio. Na sequência, novamente Aguilar incendiou a torcida na Arena Pernambuco ao obrigar Pletikosa a uma defesa espetacular com o pé.
A Croácia parecia estar entregue - apenas o zagueiro Corluka se multiplicava e evitava as jogadas agudas mexicanas. Em uma destas jogadas, o zagueiro cortou para a linha de fundo e o México finalmente conseguiu sua vantagem. Em bela cobrança de escanteio, Rafa Marquez, o nome mais experiente dos mexicanos, testou forte contra o gol de Pletikosa para fazer justiça no placar e abrir o marcador.
O México forçava assim o time europeu a sair para o jogo. Mas, aos 29 minutos, em contra-ataque rápido, os mexicanos acabaram com as esperanças croatas. Em jogada trabalhada de Chicharito e Peralta, o atacante cruzou para a conclusão perfeita de Guardado, sem defesa para Pletikosa.
A equipe latino-americana ameaçava, neste momento, o primeiro lugar do Brasil na chave, que batia Camarões no outro jogo do grupo, em Brasília, por 3 a 1. E Chicharito deixava as coisas bem tensas para o time brasileiro ao marcar aos 37 minutos, de cabeça, em jogada ensaiada do time de Herrera. O México tinha os mesmos pontos e o mesmo saldo de gols do Brasil, só perdia no número de gols marcados.
Independentemente do gol brasileiro em Brasília, os mexicanos não paravam seu ritmo rápido no Recife. E a Croácia tentava ainda entender o que tinha acontecido nos últimos 45 minutos. Mas, como o futebol é sempre imponderável, os mexicanos relaxaram e, em jogada isolada, Perisic vazou finalmente o "paredão" Ochoa em jogada bem trabalhada de Rakitic. Antes do fim da partida, Rebic foi expulso ao acertar Peña em jogada violenta.
Croácia 1 x 3 México
Pletikosa; Srna, Corluka, Lovren e Vrsaljko (Kovacic); Pranjic (Jelavic), Modric, Rakitic e Perisic; Mandzukic e Olic (Rebic).}
Técnico: Niko Kovac.
Ochoa; Rodriguez, Rafa Marquez e Moreno; Aguilar, Vazquez, Guardado (Fabian), Layun e Herrera; Giovanni dos Santos (Javier "Chicharito" Hernández) e Peralta (Peña). Técnico: Miguel Herrera.
Árbitro: Ravshan Irmatov (Uzbequistão)