Schumacher luta pela vida, afirmam médicos

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Os médicos do Centro Hospitalar Universitário de Grenoble, na França, foram cautelosos ao comentar nesta segunda-feira o estado de saúde do ex-piloto alemão Michael Schumacher, mas reiteraram que a sua situação é crítica, após ele ter sofrido um acidente no dia anterior, quando esquiava nos Alpes Franceses. Assim, declararam que ele luta pela sua vida.
Schumacher sofreu lesões na cabeça em função de uma queda em uma pista de esqui em Meribel. Inicialmente, ele foi levado para um hospital nas proximidades, em Moutiers, mas, em razão da gravidade do caso, acabou sendo transferido para Grenoble ainda no domingo.
Nesta segunda, em concorrida entrevista coletiva, os médicos disseram que não podem apresentar um prognóstico sobre o que acontecerá com Schumacher. O chefe anestesiológico Jean-Francois Payen afirmou que o dono de sete títulos da Fórmula 1 segue em coma induzido. “Nós não podemos prever o futuro de Michael Schumacher”, declarou, para depois destacar que a vida do alemão “corre riscos”. “Sua situação é crítica, e trabalhamos hora a hora”, afirmou Payen, ressaltando que a equipe de médicos ainda não pode prever as consequências. Segundo ele, agora estão preocupados apenas com o atual estado. “É uma condição muito séria. Estamos trabalhando noite e dia”, completou.
Emmanuel Gay, chefe do serviço de neurologia do Hospital de Grenoble, confirmou que Schumacher segue em coma artificial e precisou passar por cirurgia cerebral assim que foi internado. Exames apontaram lesões internas, contusão cerebral e hemorragia. Na manhã de domingo, o ex-piloto alemão estava esquiando com o filho quando bateu a cabeça em uma pedra. Payen revelou, inclusive, que Schumacher não teria sobrevivido ao acidente se não estivesse com um capacete, mesmo que ele não tenha sido suficiente para evitar lesões graves.
O heptacampeão estava consciente quando os socorristas chegaram ao local do acidente, embora agitado e em estado de choque. Sua esposa e outros membros da família estão acompanhando o caso no próprio hospital, que também recebeu Jean Todt, seu ex-chefe na Ferrari e atual presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
Prestes a completar 45 anos – faz aniversário na sexta-feira –, o alemão já tinha se ferido gravemente no passado. Ele quebrou a perna em um acidente no circuito de Silverstone, quando corria na Fórmula 1, em 1999. E também teve ferimentos no pescoço após um acidente de moto em fevereiro de 2009, na Espanha. Em frente ao hospital, bandeiras da Ferrari foram estendidas como forma de homenagem.

Família pede privacidade

A família de Michael Schumacher se pronunciou nesta segunda-feira após o grave acidente sofrido pelo ex-piloto de Fórmula 1. Por meio da empresária Sabine Kehm, os parentes do alemão agradeceram o apoio recebido, mas pediram que a privacidade seja respeitada neste momento.
Sabine destacou ainda que os familiares estão abalados com o acidente. “A família não está muito bem, obviamente. Eles estão chocados”, disse. A empresária de Schumacher também elogiou o trabalho dos médicos do Centro Hospitalar Universitário de Grenoble, na França, onde o ex-piloto está internado. “Sabemos que estão fazendo todo o possível para atender a Michael”, afirmou.
A Ferrari, equipe pela qual Schumacher conquistou cinco dos seus sete títulos mundiais na Fórmula 1 – os outros dois foram na antiga Benetton–, expressou preocupação com o estado de saúde do ex-piloto. Por meio de nota oficial, a escuderia italiana revelou que seu presidente, Stefano Domenicali, acompanha o caso de perto e está em contato com a família para saber novidades sobre o estado do alemão. 
“Todos na Ferrari estão ansiosos desde que ouviram sobre o acidente de Michael Schumacher. Isso inclui o presidente, Luca di Montezemolo, que, pelo chefe da equipe, Stefano Domenicali, está em constante contato com a família e as pessoas próximas ao campeão alemão. Montezemolo ofereceu seu incentivo e apoio neste momento tão difícil, com a esperança de que a melhor notícia virá em breve”, disse a Ferrari.