Estreia na Arena tem vitória gremista garantida no final

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A cobrança havia sido feita por Vanderlei Luxemburgo aos jogadores e foi revelada pelo próprio técnico ao final do jogo diante do Hamburgo. “A festa foi grandiosa e muito bonita, mas era importante que o gol inaugural fosse nosso”. Ao dizer isso, o treinador deixou claro que, na abertura de seu novo estádio, o Grêmio precisava ser o protagonista da noite. E foi. Não só por ter balançado a rede pela primeira vez, mas por ter vencido o amistoso por 2 a 1, repetindo o placar da final do Mundial de 1983 (nesta, porém, a vantagem definitiva diante dos alemães só saiu na prorrogação) e iniciando com o pé direito esta nova era.
Para a avalanche ocorrer pela primeira vez, foram necessários apenas nove minutos – antes disso, Leandro até já havia acertado o travessão. Exatamente às 22h48min do dia 8 de dezembro, Elano cobrou escanteio para André Lima cabecear e abrir o placar. Na comemoração, não faltou provocação, com o centroavante imitando o goleiro Kidiaba, do Mazembe, mesmo gesto feito pelo colorado Renan no Grenal de uma semana antes, que tirou o Tricolor da fase de grupos da Libertadores do ano que vem.
Ainda na primeira etapa, o adversário cresceu, mas foi no segundo tempo, quando o time azul já estava descaracterizado em função das substituições, que Westermann, aos 25 minutos, acertou um bonito chute de primeira, que ainda desviou em Marcelo Moreno, para deixar tudo igual. Quando muitos torcedores já haviam deixado a Arena, Saimon roubou uma bola no meio-campo e deu para Marquinhos. Este cruzou para Moreno garantir a vitória e a festa, já aos 42 minutos.
Grêmio 2 x 1 Hamburgo
Marcelo Grohe; Pará, Werley (Saimon), Naldo e Anderson Pico (Tony); Souza, Fernando (Marco Antônio), Elano (Marquinhos) e Zé Roberto (Léo Gago); Leandro (Rondinelly) e André Lima (Marcelo Moreno).
Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Drobny; Bruma, Paul Scharner, Rajkovic (Tolgay Arslan) e Aogo (Westermann); Sala, Rincon, Tesche (Diekmeier) e Ilicevic (Skjelbred); Marcus Berg e Rudnevs (Heung Min Son).
Técnico: Frank Kramer.
Árbitro: Carlos Amarilla (Paraguai)

Torcida demonstra entusiasmo; briga é o ponto negativo

A demora em abrir os portões para que a torcida, enfim, pudesse conhecer a sua nova casa não diminuiu em nada o ânimo dos torcedores que, cedo, faziam enormes filas para subir as rampas que dão acesso à Arena do Grêmio. Com o forte calor e a aglomeração, alguns passaram mal. Outros, com crianças pequenas, foram isolados.
No entanto, quando foram liberados, o sentimento era um só: felicidade. “É demais, indescritível”, afirmou Antônio da Cunha Machado, que chegava sozinho ao estádio. Acompanhado da família, Itamar Antônio Bampi, de Florianópolis, também tinha poucas palavras para explicar o que via. “É fora de série. Só podia ser do Tricolor”, destacou. Já Walter Borges de Medeiros, ao lado da esposa Juliana (que pisava pela primeira vez na vida em um estádio), apenas estendeu a mão para mostrar o que estava acontecendo. “Estou tremendo”, disse.
Dentro do estádio, toda a expectativa que se tinha se confirmou. A todo momento, torcedores tiravam fotos dos mais diversos ângulos para guardar para sempre aquele momento, alguns enrolados em bandeiras, outros apenas sorrindo em meio ao dia histórico na vida dos gremistas.
Diante de tanta festa, um ponto negativo. No único setor em que não há cadeiras e especialmente projetado para a manutenção da “avalanche”, uma briga entre torcedores, que começou no primeiro tempo da partida e se estendeu até o intervalo, chamou a atenção. O estádio inteiro vaiou, mais de dez pessoas foram detidas, e instrumentos e as chamadas “barras” acabaram retirados. Ontem, a Geral do Grêmio, através de sua página oficial no Facebook, acabou pedindo desculpas pelo ocorrido.
A partir de agora, a Arena passará por acabamentos. Foram constatados problemas em bares e banheiros, bem como questões inacabadas relativas a instalações elétricas em acessos aos quatro andares do empreendimento. Também ainda há falhas em paredes e pisos e em partes do gramado que facilmente se soltaram.

Luxa fala em se acostumar com o novo ambiente

Mudou a casa e mudou o ambiente. Com a torcida posicionada a apenas dez metros do gramado, os jogadores do Grêmio terão que se acostumar a jogar na nova Arena, onde o barulho vindo das arquibancadas ecoa de forma bem mais intensa. Se será difícil para quem vem de fora enfrentar o Tricolor, também será difícil para os donos da casa. “Para jogar aqui, é preciso ter personalidade. Não pode se assustar, não pode ter medo de errar”, destacou o técnico Vanderlei Luxemburgo ao final da partida.

Zé Roberto assina hoje a renovação

Em sua última entrevista coletiva do ano, o técnico do Grêmio, Vanderlei Luxemburgo, ressaltou novamente que algumas peças do elenco serão reformuladas para a Libertadores do ano que vem. Ele afirmou que “algumas coisas andaram bastante”, dando a entender que nos próximos dias pode haver novidades quanto a reforços. Enquanto nomes novos não chegam, o treinador, ao menos, tem a certeza da permanência do seu camisa 10, já que Zé Roberto assina hoje sua renovação de contrato.
O meia, logo após a partida inaugural da Arena, também falou da necessidade de qualificação do plantel. “Esperamos que a nova diretoria possa fazer essas contratações. Temos uma base”, disse. A princípio, a vinda de Dida está descartada, o que não significa que o Tricolor esteja desistindo de trazer um goleiro mais experiente.