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Inter vira no Olímpico e comemora o título nos pênaltis
Os Grenais que decidiram o Campeonato Gaúcho de 2011 consagraram uma velha máxima do futebol - clássico se vence no detalhe. Detalhes não faltaram ao longo dos dois duelos entre Grêmio e Internacional. Ao todo, foram dez gols: uma vitória gremista no Estádio Beira-Rio, na semana passada; e uma vitória colorada no Estádio Olímpico, neste domingo (15), ambas por um placar de 3 a 2 construído com uma virada da equipe visitante.
Com tamanha igualdade, não haveria justiça maior do que uma decisão por pênaltis. E foi assim - com um placar de 5 a 4 nas cobranças - que o Internacional ergueu a taça do Gauchão, pela 40ª vez, e saiu vitorioso do Grenal número 387.
Depois de vencer a primeira partida da Final, por 3 a 2, na casa do rival, o Grêmio entrou em campo, no estádio Olímpico, disposto a não vacilar e garantir a festa nas arquibancadas. Pelo lado colorado, diante de uma situação muito adversa, precisando vencer por, no mínimo, dois gol de diferença, o Internacional foi para o gramado com uma surpresa. O garoto Juan estava entre os titulares, ao lado de índio. Com Oscar no banco de reservas, o técnico Paulo Roberto Falcão depositava no ala esquerdo Kleber a função de criação no meio-campo.
No entanto, com apenas nove minutos de jogo, os visitantes sofriam o primeiro contra-ataque e o encarregado da marcação do garoto Leandro, Juan, levava o primeiro cartão amarelo da partida. Sem demonstrar o espírito necessário para reverter o resultado negativo do Estádio Beira-Rio, a zaga vermelha colaborou com o ataque tricolor e tentou encaixar uma linha de impedimento na altura do circulo central. Lúcio foi mais veloz, partiu de trás, dominou frente a frente com Renan e apenas empurrou para as redes, abrindo o placar em favor do Grêmio, aos 16 minutos.
No minuto seguinte, foi a vez de Junior Viçosa invadir a grande área, pela direita, e ficar cara a cara com Renan. Porém, o goleiro levou a melhor e, com muito reflexo, evitou o gol que poderia encaminhar o título ao tricolor.
A postura tática, o gol e um cartão amarelo prematuro determinaram a saída de Juan para a entrada de Zé Roberto, ainda na primeira etapa. A alteração teve efeito imediato e os visitantes chegaram com perigo. O Grêmio contava com Victor que retornava de lesão e no seu primeiro movimento espalmou uma cabeçada à queima roupa de Leandro Damião, aos 28 minutos.
Quatro minutos mais tarde, nem Victor foi capaz de compreender a falha da defesa, que permitiu o cruzamento de Kleber, o domínio e o giro de Damião na entrada da pequena área. O camisa um bem que tentou, mas a bola acabou morrendo no fundo do gol, igualando o escore em 1 a 1.
O empate era insuficiente para as pretensões coloradas na competição. No entanto, dentro das quatro linhas, os donos da casa não demonstraram reação e, aos 45 minutos, Andrezinho incendiou a decisão. Depois da cobrança de escanteio, o meia ficou com a sobra e, de chapa, no canto esquerdo virou o placar momentos antes do intervalo.
Com um placar de 2 a 1 para o Inter, mas - na soma dos resultados - ainda favorável ao Grêmio, o segundo tempo prometia. O Grêmio voltou sem alterações para os 45 minutos finais. Do outro lado, Andrezinho, mancando, não demorou a ser substituído por Oscar. Os rivais disputavam cada espaço no gramado, mas os erros de passe eram constantes e comprometiam os sistemas defensivos.
Os donos da casa pareciam mais constantes no ataque. Aos 14 minutos, Mario Fernandes alçou e Junior Viçosa concluiu muito próximo da trave esquerda. Em seguida, Douglas escorou de cabeça para o encaixe seguro de Renan, no centro da meta.
Do outro lado, o tempo passava e o nervosismo tomava conta dos jogadores colorados. Por isso, um tanto cambaleante, Zé Roberto recebeu, em uma cobrança de lateral, invadiu a área, tentou passar por Victor e foi derrubado: pênalti para o Inter, assinalado pelo árbitro da partida Leandro Vuaden.
Dos pés de D'Alessandro, ou das mãos de Victor, poderia vir o título gaúcho de 2011. O argentino correu com segurança e balançou as redes para anotar, aos 30 minutos da etapa complementar, o gol que estabelecia o placar que daria o título aos visitantes.
Renato Portaluppi não demorou a recompor a equipe e promoveu a entrada, simultânea, de Lins e Borges, nas vagas de Leandro e Viçosa. O Grêmio tinha pouco menos de 15 minutos para marcar um gol, repetir o placar do último domingo e levar a decisão para as penalidades.
Uma nova reviravolta, no entanto, parecia pouco provável, para os torcedores colorados, que ainda comemoravam, quando Renan não segurou o cruzamento. A bola sobrou na pequena área com o gol escancarado e Borges, que acabara de entrar, apareceu entre a zaga para esquentar o clima de um clássico empolgante e levar a decisão para as cobranças.
Decisão nos pênaltis consagra o Inter no Olímpico
A decisão - que começou com um abraço entre os ídolos Renato Portaluppi e Paulo Roberto Falcão no gramado do estádio Olímpico - consagrou o vencedor com as mesmas dificuldades dos 180 minutos de bola rolando. Foram necessárias sete cobranças e cinco defesas dos goleiros para que, na casa do adversário, o Inter comemorasse o título de Campeão Gaúcho em 2011.
Com o dez estampado às costas Douglas e D'Alessandro abriram as séries convertendo as penalidades. Com a um, os goleiros, Victor e Renan, brilharam mais do que William Magrão e Leandro Damião e evitaram os gols. Com o placar empatado, o capitão Rochemback, deslocou Renan e assinalou a terceira cobrança. Victor gesticulou para que Kleber batesse no canto direito, o ala aceitou a provocação e desperdiçou a chance.
Pela primeira vez o Grêmio estabelecia a vantagem. Entretanto, Lúcio parou, outra vez, nas mãos de Renan. A defesa se somou à categoria do garoto Oscar, que não sentiu a pressão e voltou a igualar o confronto. Lins e Rodolfo, pelo Grêmio; Mario Bolatti e Nei, pelo Inter, também converteram.
Renan acertou o canto e realizou a terceira defesa da noite. Zé Roberto, que deixou o banco, cavou o pênalti que originou o terceiro gol colorado, se reconciliou com a torcida, converteu a tentativa e deu o título do Gauchão 2011 ao Internacional.
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