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Publicada em 16 de Novembro de 2023 às 19:15

Projeto busca uniformizar planos diretores no Vale dos Vinhedos

As cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul assinaram um termo de convênio para a realização da estratégia de gestão e desenvolvimento da paisagem

As cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul assinaram um termo de convênio para a realização da estratégia de gestão e desenvolvimento da paisagem

/Naiára Martini/Divulgação/JC
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Bolívar Cavalar, especial para o JC
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Em maio deste ano, foi assinado um termo de convênio para a realização do plano de gestão e desenvolvimento da paisagem do Vale dos Vinhedos - Plan-Vale. A iniciativa busca elaborar um plano para valorizar a cultura e o desenvolvimento turístico da região, de forma equilibrada e sustentável. O projeto é do governo do Estado em parceria com as prefeituras de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul.
Para a diretora de enoturismo e infraestrutura da Associação dos Podutores de Vinhos Finos do Vale do Vinhedo (Aprovale), Deborah Villas-Bôas, este projeto é fundamental para a realização de um Plano Diretor unificado para os três municípios, e que atenda as especificidades de cada um. "Temos um horizonte de que este estudo será concluído em dois ou três anos. A partir daí, virá um embasamento para que as três prefeituras e suas câmaras legislativas possam adequar este estudo aos seus planos diretores, e, então, a gente tenha uma uniformidade nas questões territoriais do Vale dos Vinhedos", diz Deborah.
A diretora da Aprovale ainda acrescenta: "Isso é muito importante porque queremos continuar crescendo, porém de forma sustentável. De forma que preserve a identidade e a vocação rural do Vale do Vale dos Vinhedos. Para isso, precisamos de turismo ordenado, planejado e bem feito, com base acadêmica. Este plano é o que vai nos prover isto tudo".
Uma questão que preocupa a vitivinicultura do Vale dos Vinhedos é a especulação imobiliária e, para Deborah, o Plan-Vale será importante para evitar maiores perdas para o setor. "Em razão das suas paisagens e pela qualidade dos empreendimentos, as regiões vitivinícolas despertam o interesse do mercado imobiliário, que busca regiões para empreendimentos que não são de acordo com a tradição vitivinícola destes territórios, que é majoritariamente rural", explica. Ela aponta a especulação financeira como o "principal desafio" para os produtores.
Há outros exemplos positivos para o setor que podem surgir a partir do desenvolvimento deste estudo. Deborah cita os condomínios vitivinícolas, projeto aprovado no Plano Diretor de Bento Gonçalves, mas que não integra as legislações dos outros dois municípios.
A diretora explica os benefícios destes empreendimentos: "Nos condomínios vitivinícolas, uma área que originalmente poderia ser utilizada apenas por uma vinícola, pode ter vários empreendimentos menores no mesmo metro quadrado. São pessoas que normalmente não são da região, mas querem produzir vinho no Vale dos Vinhedos, justamente pela qualidade do produto aqui produzido". Ela cita este exemplo como uma possibilidade positiva a ser aplicado nos planos.
 
 
 
 

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