Mercado de Seguros cresce 15% em oito meses no Estado

Setor retornou à sociedade, por meio de pagamento de sinistros, em torno de R$ 3,5 bilhões em 2023

Por JC

Conforme Bini, presidente do Sindsegrs, há 30 seguradoras, empresas de previdência privada e de capitalização no RS
Dados do Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Capitalização e de Resseguros no Estado do Rio Grande do Sul (Sindsegrs), apontam que o Estado representa em torno de 8% da produção nacional de seguros. A indústria deste segmento no Rio Grande do Sul até agosto de 2023, arrecadou mais de R$ 17 bilhões (de seguros, previdência e capitalização) e retornou à sociedade, por meio de pagamento de sinistros, em torno de R$ 3,5 bilhões, um acréscimo de aproximadamente 15% em relação ao ano passado no mesmo período. Entre os ramos que mais se destacaram, encontra-se: Grandes Riscos, Seguro Transportes Embarcador Nacional e Massificados.
Já no panorama nacional, o mercado de seguros brasileiro apresentou um crescimento significativo no primeiro semestre deste ano, de acordo com dados divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). De janeiro a junho, o setor arrecadou R$ 181,77 bilhões, representando um aumento de 7,7% em comparação com o mesmo período de 2022. É importante ressaltar que essa arrecadação se refere ao montante que as seguradoras recebem de seus clientes em troca da cobertura de riscos diversos, demonstrando a confiança do público nesses serviços.
No mesmo intervalo, o mercado de seguros devolveu à sociedade um total de R$ 113,64 bilhões por meio de indenizações, resgates e sorteios. Isso enfatiza a importância do setor como um mecanismo essencial de proteção financeira para os segurados.
Os dados são baseados em informações fornecidas pelas companhias supervisionadas pela Susep, incluindo seguradoras, empresas de previdência complementar aberta e de capitalização. Dentre os estados brasileiros que se destacam nas vendas de seguros, São Paulo lidera com uma participação de 39%, seguido por Rio de Janeiro e Espírito Santo, que juntos representam 11%. Na sequência, vem Rio Grande do Sul, com 8%, e Santa Catarina, com 4,4% de participação no mercado.
Conforme o presidente do Sindsegrs, Guilherme Bini, há cerca de 30 seguradoras, empresas de previdência privada e de capitalização com presença física no Estado. "No entanto, muitas seguradoras, de um total de 110 autorizadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) a atuar no País, comercializam seus produtos no Estado através de uma rede de corretores e de forma online. Esse grande número de empresas atuando proporcionam aos consumidores uma variedade enorme de produtos e preços muito competitivos entre si."
O Rio Grande do Sul também se destaca por sua economia diversificada, especialmente pelo agronegócio. Em 2022, o setor agrícola teve um crescimento de 34%, desempenhando um papel crucial no mercado de seguros da região. Na avaliação de Guilherme Bini, o agronegócio gaúcho está fortemente respaldado pelo seguro agrícola.
"O Estado não apenas se concentra em culturas tradicionais como milho, trigo, soja e arroz, mas também possui uma capilaridade significativa ao abranger a produção de frutas. O seguro agrícola emerge como uma carteira de extrema importância, seguida por seguros de automóveis e patrimoniais", afirma Bini.
 
 

Emissão de Seguro Agrícola deve aumentar 13% nos próximos meses

O produto teve crescimento na arrecadação de 26.463%, ou seja, passou de R$ 23,8 milhões em 2005 para R$ 6,3 bilhões em 2022, de acordo com a Confederação Nacional das Seguradoras
Uma notícia animadora para os produtores do Rio Grande do Sul é que as emissões de seguro agrícola devem registrar um aumento de aproximadamente 13% nos próximos meses. Esta é uma informação que traz alívio e segurança para os agricultores que enfrentam os desafios inerentes à produção agrícola.
Guilherme Bini, presidente do Sindsegrs, destaca que esse aumento é extremamente positivo para o Estado, uma vez que a proteção oferecida pelo seguro agrícola é crucial para garantir a estabilidade financeira dos agricultores e mitigar riscos relacionados ao clima e à produção.
"O seguro agrícola é uma ferramenta de ajuda para os produtores rurais. Esse é um mercado que teve um crescimento muito grande durante a safra 2020/21 porque na safra dos anos anteriores tivemos uma forte seca, e isso deixou muitos agricultores preocupados, fazendo com que eles buscassem uma proteção", complementa Marco Antonio Zanella Fortuna, da Solaris Corretora de Seguros. Dentre as modalidades do seguro rural existentes no mercado segurador, o Agrícola é destaque por representar quase metade de sua arrecadação.
Seu crescimento tem sido potencializado pelo Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), que completa 18 anos. Neste período, segundo a CNseg, o produto teve crescimento na arrecadação de 26.463%, ou seja, passou de R$ 23,8 milhões em 2005 para R$ 6,3 bilhões em 2022. Somente entre janeiro e junho de 2023, o valor arrecadado superou os R$ 2 bilhões.
 

Inserção do seguro rural no Plano Safra

A possível inserção do seguro rural no Plano Safra foi colocada sobre a mesa, em uma reunião entre a Comissão de Seguro Rural da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais) e integrantes do Ministério da Agricultura.
Na avaliação da FenSeg, o mercado de seguro rural tem atendido os agricultores que contratam essa proteção, porém, a área segurada no País vem caindo nos últimos anos.
Em função disso, a FenSeg direcionou sugestões para facilitar a operacionalização do Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural (PSR) e aumentar o atendimento deste programa aos agricultores.
Atualmente, a proporção entre a área plantada e a segurada no Brasil é de 15%, índice baixo quando comparado com outros importantes produtores agrícolas, como Estados Unidos (cerca de 90%) e China (perto de 65%).
"Aguardamos a suplementação de recursos para atender a demanda da safra de grãos de verão. Sem essa suplementação, os agricultores não conseguirão garantir as perdas decorrentes dos eventos climáticos que o El Niño deve intensificar. Pelo seguro rural ser um indutor das melhores práticas, em sustentabilidade e governança, ele é um forte aliado do agronegócio e deveria ser inserido no Plano Safra", explica o presidente da comissão de seguro rural da FenSeg, Joaquim Cesar Neto.