Lojas de materiais de construção esperam elevação de vendas até dezembro

Negócios que atuam com faixas de renda mais baixa são mais afetados pela conjuntura

Por Patrícia Comunello

Zanotelli aposta em retomada até dezembro e há segmentos que mantêm o crescimento
O balcão da frente de quem vende o que vai rechear os empreendimentos, de residenciais a corporativos, vive uma combinação de realidades rumo ao desfecho de 2022.
Negócios que atuam com faixas de renda mais baixa são mais afetados pela conjuntura adversa de alta da inflação e mercado de trabalho tentando se recompor. Setores com perfis que conseguem entregar mais valor, da experiência a padrão de produto, conseguem ter resultados melhores.
A concorrência também gera mais opções para empresas que buscam os insumos para seus empreendimentos.
A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, completou 12 meses, em julho, com queda de vendas de materiais no Estado. O recuo foi de 18,4% em julho.
No Brasil, a cena não muda. Até julho de 2021, o setor viveu no positivo, com a demanda da pandemia.
"Temos boas expetativas para o fechamento do ano. Agosto foi o melhor mês do ano", analisa o presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (Acomac), Genesvile Zanotelli.
O termômetro da Acomac aponta alta de 10,8% nas venda em agosto frente a julho. São 2 mil varejos de materiais na Região Metropolitana e 18,3 mil no Estado, que soma ainda 107 mil empregos.
A alta recorde nos preços, que chegou a 180% no cimento, deu trégua. Suprimento de diversos itens, prejudicado na pandemia, normalizou, garante Zanotelli. A demanda até dezembro terá retorno das reformas e novos projetos de empresas, diz.
"O consumidor de baixa renda foi mais afetado. Operações em outras faixas e segmentos conseguem crescer", afirma o presidente da CDL Porto Alegre, Irio Piva, que dirige a Elevato, que abriu lojas, uma em Santa Catarina e terá uma unidade conceito em Porto Alegre, além de apostar em tecnologia, uso de ferramentas para mais proximidade com clientes.
"Vamos crescer 25% em 2022 e fomos bem em 2021, com alta de 40%", compara Piva, citando o ano passado foi "muito fora da realidade". Agora a concorrência também é maior, com redes nacionais e regionais ampliando (mais na página 14).
A francesa Leroy Merlin chegou a três megalojas em maio, com a megaloja do Pontal Shopping. A rede vai expandir com grandes formatos e pontos de bairro. A rede espera alta de 25% este ano na venda no Pontal e 45% em 2023, evolução de loja nova.