Fábrica gaúcha de chocolates investirá R$ 250 milhões até 2027

Peccin, dona da marca Trento, pretende triplicar seu faturamento em cinco anos

Por Eduardo Torres

Empresa com sede em Erechim investiu R$ 100 milhões em fábrica e planeja outros R$ 150 milhões em produção
Depois de conquistar o mercado nacional com a sua linha de chocolates Trento, a Peccin, fabricante de Erechim, planeja triplicar o seu faturamento até 2027 e manter o ritmo de crescimento constante observado desde 2020. Para isso, nos próximos seis meses deve ser finalizado um investimento de R$ 100 milhões na produção da empresa, dando sequência a uma série de aportes que chegará a R$ 250 milhões até 2027.
De acordo com o diretor-presidente, Dirceu Pezzin, o investimento deste ano é destinado à compra e instalação de novas linhas de produção, além da construção de um novo Centro de Distribuição (CD), o segundo em Erechim, que deve entrar em operação no primeiro trimestre de 2023. Atualmente, a distribuição é feita a partir de um CD em Erechim e outros dois, em Maceió (AL) e Serra (ES). "A partir de 2023, serão R$ 150 milhões em investimentos até 2027 direcionados ao desenvolvimento de produtos que darão suporte ao nosso plano estratégico", explica Pezzin.
Mesmo com a pandemia, em 2020 a Peccin cresceu 33%. Já no ano passado, registrou um incremento de 43% e, neste ano, a expectativa é fechar com 45% de crescimento, chegando a um faturamento líquido próximo a R$ 600 milhões. Este ciclo positivo é experimentado pela empresa, fundada em 1965, desde 2011, quando entrou para o segmento de chocolates, com o lançamento do Trento.
“O grande diferencial de Trento está na qualidade oferecida, é a entrega de um chocolate com maior percentual de cacau (38% cacau), formato inovador e sabores especiais. A combinação da crocância do wafer, chocolate e recheio proporciona um produto extremamente saboroso e surpreendente que conquista logo na primeira experiência. Além disso, nosso portfólio é bastante diverso (Trento, Trento Massimo, Trento Bites, Trento Mini, Trento Speciale e Trento Allegro), o que agrada aos consumidores”, explica o diretor.
Para que se tenha uma ideia, os chocolates brasileiros precisam ter na sua formulação 25% de percentual de cacau. Na Europa, para um produto ser considerado chocolate, são exigidos 32%. A produção em Erechim, porém, não é exclusivamente dedicada aos chocolates. Com 1,3 mil funcionários, a Peccin tem capacidade instalada para 4 mil toneladas mensais, dividindo-se em 2,5 mil toneladas mensais de candies (balas, pirulitos e gomas de mascar) e outras 1,5 mil de Trento.
Em 2021, a Peccin já havia fechado um ciclo de R$ 50 milhões em investimentos na estocagem com refrigeração e na linha de produção. A intenção, conforme Pezzin, é sempre garantir novidades nas prateleiras. Segundo ele, as equipes de avaliação dos produtos chegam a fazer até 100 testes de produtos por mês antes de um lançamento. Entre chocolates e candies, a Peccin trabalha hoje com um portfólio de mais de 200 produtos, e em torno de 30% da produção é destinada à exportação para mais de 70 países. No mercado nacional, desde o ano passado a estratégia de vendas do Trento tem sido direcionada aos atacarejos.

Ficha técnica


Investimento: R$ 250 milhões
Empresa: Peccin
Cidade: Erechim
Área: industrial
Estágio: em execução até 2027