O Rio Grande do Sul e a atração de novos investimentos

RS desponta não apenas nos setores de varejo e logística, mas também em energia solar e eólica

Por JC

Editorial
A chegada da gigante argentina Mercado Livre ao Rio Grande do Sul é mais uma mostra de que o Estado tem avançado na capacidade de atrair investimentos. Depois de um 2022 com aportes de R$ 62,6 bilhões - 23% a mais do que os R$ 50,2 bilhões de 2021 -, segundo o Anuário de Investimentos do Jornal do Comércio, a expectativa é fechar 2023 com números ainda maiores.
Após uma longa negociação, que teve início em 2020, a empresa de e-commerce Mercado Livre opera desde o dia 14 de setembro em um complexo logístico em Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A operação soma 100 trabalhadores diretos e deve chegar em pouco tempo a mais de 200.
Outra empresa que há pouco se instalou no complexo foi a Oscar Calçados, que adquiriu as lojas Paquetá. Além dessas, a área em Sapucaia do Sul concentra mais 12 empresas.
Mas não é apenas no setor de varejo e logística que o Rio Grande do Sul desponta. Com a terceira maior capacidade instalada do País, o Estado contabilizou bilhões em investimentos em projetos de energia solar.
O Brasil e, particularmente, o Rio Grande do Sul têm também um gigantesco potencial para ser aproveitado em relação à geração da energia eólica offshore (no mar). Mas os empreendedores interessados em investir nessa área destacam que também é fundamental que seja aprovado o marco legal desse setor, o que eles projetam e torcem para que ocorra antes do final do ano.
Em Porto Alegre, o edital de concessão do Cais Mauá, elaborado pela Secretaria de Parcerias e Concessões do Estado, em conjunto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável e o resgate da relação histórica do local com o Guaíba.
O período da concessão do Cais Mauá à iniciativa privada será de 30 anos, com investimentos previstos de R$ 353,3 milhões para a ampla revitalização e qualificação do antigo porto da Capital.
A arrecadação esperada com o comércio no Cais Mauá é de R$ 12,5 milhões por ano. A geração de empregos projetada com a concessão é de 45 mil vagas diretas, 5 mil empregos indiretos durante a fase de obras e 4 mil empregos permanentes na área do Cais após a sua revitalização.
A projeção de receita para o comércio local durante a fase de operação indica um montante de R$ 73,4 milhões por ano.