O cooperativismo e o desenvolvimento do Rio Grande do Sul

As cooperativas têm um importante papel social de despertar uma consciência mais colaborativa e participativa

Por JC

Propiciar desenvolvimento social e econômico é o que move o modelo de cooperativismo. No Rio Grande do Sul, o sistema tem crescido a cada ano e se mostrado um dos motores da economia, com seu faturamento quase triplicando em uma década. Foi de R$ 28,2 bilhões em 2013 para R$ 81,9 bilhões em 2022. Os números de associados e de empregos gerados também apresentaram expressiva alta entre 2017 e 2022: de 2,8 milhões para 3,5 milhões - 1/3 da população do RS - e de 61,8 mil para 76,5 mil, respectivamente.
Os números dizem muito sobre o setor, mas, apenas eles, não traduzem o quanto a sociedade gaúcha tem lucrado em termos de qualidade nos segmentos de Trabalho e Produção de Bens e Serviços, Agropecuário, Crédito, Saúde, Infraestrutura, Transporte e Consumo. O papel social que as cooperativas desempenham é importante para despertar uma consciência mais colaborativa e participativa nas comunidades onde atua, além de levar desenvolvimento a essas regiões.
O sistema de cooperativas é, por exemplo, a resposta para a dificuldade de obtenção de crédito em tempos de juros altos e instabilidade econômica. Isso porque, na sua estrutura inclusiva, tem as condições de subsidiar, apoiar e construir novas alternativas.
Entre os setores cooperativistas, o agropecuário é considerado o mais forte, com R$ 52 bilhões em faturamento em 2022 - o que representou 63,5% do total dos sete ramos. O consumidor, muitas vezes, nem sabe que os produtos que adquire são frutos do trabalho em conjunto das cooperativas. No Rio Grande do Sul, é possível encontrar nas prateleiras dos supermercados itens produzidos por famílias do Interior. Apesar da disputa com indústrias internacionais, muitas vezes, quem vence essa corrida é justamente a marca local.
Nos planos para os próximos anos está agregar valor na sua produção, aprimorar a atuação nos mais variados ramos e colocar em prática planos de inovação, o que é considerado fundamental para oito em cada dez cooperativas, conforme levantamento do Sistema Ocergs - órgão de registro, cadastro e certificação das cooperativas gaúchas.
Apesar de o número de cooperativas ter diminuído no Estado - passou de 426 em 2017 para 371 em 2022 -, nos últimos anos, a importância econômica do setor aumentou muito e as cooperativas hoje têm lastro forte de faturamento, de capacidade de endividamento e de domínio de tecnologia de gestão para agregar valor.