Ibovespa sobe 0,72%, aos 128,7 mil pontos, e avança 0,55% na semana

Por Agência Estado

Ibovespa
O Ibovespa conseguiu emendar a segunda semana de ganhos, a primeira sequência positiva de ano em que ainda acumula perda de 4,07%. Hoje, o índice da B3 oscilou dos 127.652,73 aos 129.069,14 pontos (+0,99%), e fechou em alta de 0,72%, aos 128.725,88 pontos, no maior nível de encerramento desde o último dia 7, então perto dos 130 mil pontos. Na semana, o índice avançou 0,55%, após ganho de 0,66% na anterior. Em fevereiro, a alta é de 0,76%.Em dia de vencimento de opções sobre ações, com giro a R$ 23,6 bilhões, a progressão do Ibovespa veio a contrapelo de dólar estabilizado em nível alto (R$ 4,96) e de retomada do avanço tanto nos rendimentos dos Treasuries como na curva de juros doméstica, após dados de inflação ao produtor nos EUA acima do esperado, divulgados pela manhã, que corroboram a impressão deixada pela inflação ao consumidor em janeiro, anunciada na terça-feira.Assim, a cautela prevaleceu em Nova York nesta véspera de fim de semana, com os principais índices de ações respondendo, em baixa no fechamento entre 0,37% (Dow Jones) e 0,82% (Nasdaq), ao ajuste visto nos rendimentos dos Treasuries.Na B3, contudo, o setor metálico, em especial Vale (ON +3,31%), e Petrobras (ON +1,82%, PN +0,92%) carregaram o Ibovespa para cima, em sessão na qual os grandes bancos chegaram a se firmar também em alta à tarde - dando impulso extra ao índice da B3, então nas máximas do dia -, à exceção de Banco do Brasil (ON -0,84%) e de Itaú (PN -0,12%) no fechamento. Na ponta ganhadora do índice, Braskem (+10,32%), Casas Bahia (+5,03%) e SLC Agrícola (+4,17%). No lado oposto, TIM (-3,81%), Telefônica Brasil (-2,54%) e CCR (-2,35%)."Investidores buscam sempre olhar 'preço x valor'. A taxa de juros alta nos Estados Unidos e a divulgação, em sequência, de dados fortes na economia americana demonstram a dificuldade para baixar os juros por lá. Mas a velha máxima 'compre ao som dos canhões e venda ao som dos violinos' pode estar fazendo sentido para muita gente", estimulando o apetite por risco visto nesta sexta-feira na B3, observa Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital.De fato, o principal indicador na agenda macroeconômica desta sexta-feira não foi muito animador. "O PPI, a inflação ao produtor nos Estados Unidos, veio acima do consenso para janeiro, e trouxe efeitos ruins para os mercados globais. A mensagem que passa é de persistência da inflação americana, o que trouxe volatilidade em especial a Nova York, com reforço da percepção de que deve levar mais tempo para que os juros comecem a cair lá fora - o que tem sido enfatizado, por sinal, na comunicação de integrantes do Federal Reserve", diz Victor Miranda, sócio da One Investimentos.Presidente do Fed de San Francisco, Mary Daly disse hoje que a política monetária dos EUA está em posição apropriada no momento, e que os dirigentes podem esperar por mais dados para decidir os próximos passos. Ela frisou que os mecanismos de transmissão da política estão funcionando, e que a instituição poderá calibrar os juros gradualmente. Daly indicou também que a projeção de três cortes de juros em 2024 parece "razoável", embora considere difícil determinar o grau, a esta altura, reportam as jornalistas Laís Adriana e Maria Lígia Barros, do Broadcast.Por outro lado, dados de "alta frequência" sobre a economia chinesa, neste prolongado feriado pela passagem do ano-novo lunar, dão apoio à expectativa de retomada da atividade no gigante asiático, motor global da demanda por commodities, o que contribuiu para o desempenho nesta sexta-feira do setor de matérias-primas, de grande peso na B3, observa o analista da One. "Vale subiu bem hoje, com melhora na percepção para emergentes, o que beneficia também o Brasil", acrescenta Miranda.Entre as siderúrgicas, destaque nesta sexta-feira para CSN (ON +3,31%) e Gerdau (PN +2,46%). Entre os grandes bancos, Santander fechou o dia em alta de 2,04%. Tanto o índice de materiais básicos (IMAT +2,37%), com exposição a preços e demanda externos, como o índice de consumo (ICON +0,12%), correlacionado à economia doméstica, fecharam o dia em terreno positivo.O Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira mostra ceticismo do mercado em relação ao comportamento das ações no curtíssimo prazo. Entre os participantes, 60% preveem estabilidade para o Ibovespa na próxima semana e 40%, queda. Nenhum deles espera avanço para o índice. Na semana anterior, 20% acreditavam em alta e outros 20%, em variação neutra, enquanto para 60% a Bolsa teria perdas.

Continue sua leitura, escolha seu plano agora!

Já é assinante? Faça login