Desafio das empresas não é tecnológico, mas sim de relacionamento, afirma Head da Arezzo&Co

Grupo possui 17 marcas relacionadas a calçados, roupas e acessórios

Por Cláudio Isaías

Suelen Joner, Head de Sustentabilidade da Arezzo&Co, participou do Menu POA da Associação Comercial
ESG: O caminho para negócios mais sustentáveis, justos e éticos foi o tema discutido nesta terça-feira (24) no Menu POA da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), no Palácio do Comércio. Na palestra, a Head de Sustentabilidade e Diversidade e Inclusão da Arezzo&Co, Suelen Joner afirmou que o grande desafio das empresas não tem sido tecnológico, mas sim de relacionamento. "Sustentabilidade é sobre pessoas e interações humanas. É impossível fazer sustentabilidade sozinho nas empresas", destaca a Head de sustentabilidade do grupo Arezzo & Co.

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A head de sustentabilidade do grupo lembra, também, que as ações geram um ganho de imagem para as empresas e reduzem os riscos da gestão. "Quanto custaria ter um produto associado ao desmatamento da Amazônia ou à exploração de trabalho infantil? É evidente que essas iniciativas de sustentabilidade levam a uma redução de custo e até a uma geração de receita", ressalta. O trabalho da empresa com sede em Campo Bom é formado por um grupo de 17 marcas da área de moda. "Trabalhamos com o estilo completo tanto de homens quanto de mulheres relacionado a calçados, roupas e acessórios", destaca a engenheira ambiental que assumiu o cargo de Head de Sustentabilidade da Arezzo há dois anos.
Atualmente, 90% dos fornecedores diretos da Arezzo&Co, que inclui as marcas Arezzo, Schutz, Anacapri, Alexandre Birman, Fiever, Vans e My Shoes, estão concentrados no Vale do Sinos, no Rio Grande do Sul. A região é o principal polo calçadista do Brasil. Mais de 70% dos fornecedores diretos de couro acabado já contam com o selo internacional Leather Group Working Group (LWG) ou com a Certificação de Sustentabilidade do Couro Brasileiro (CSCB).
Segundo Suelen Joner, a empresa com sede administrativa em Campo Bom conta com 8.100 trabalhadores em todo Brasil - cerca de dois mil atuam no Rio Grande do Sul. O grupo Arezzo&Co possui um olhar voltado para toda a cadeia de fornecimento - os parceiros que produzem calçados e roupas para o grupo. "Temos que garantir trabalho digno e de boas condições para os nossos fornecedores", destaca. A empresa destaca ações para um  meio ambiente saudável - com a abordagem de temas como a questão da mudança climática e a utilização de produtos de menor impacto ambiental.
Outra estratégia das 17 empresas do grupo Arezzo&Co trata de pessoas empoderadas que contempla uma estratégia de responsabilidade social e de diversidade e inclusão. "É uma pauta extremamente importante para o mundo da moda. Temos um compromisso com a sociedade em trabalhar a diversidade de forma representativa", ressalta. Um outro ponto tratado pelo grupo diz respeito a comunicação transparente, o u seja, como a empresa se comunica com o público.
A presidente da ACPA, Suzana Vellinho Englert, disse que o tema ESG escolhido pelo MenuPOA reflete na vida de toda a sociedade, tanto no âmbito do empreendedorismo quanto na vida pessoal. "A situação em foco tem seu grau de complexidade, na medida em que não se trata apenas de fazer uma escolha entre privilegiar o meio ambiente ou a realização material e a qualidade de vida", acrescenta.

Para Suzana Vellinho, a inquietação está muito bem sintetizada na sigla ESG, que traduzida para o português trata da integração de três aspectos aplicados às empresas: ambiental, social e governança. "O equilíbrio entre estes três pilares nos conduziria à situação de desenvolvimento sustentável. Ao mesmo tempo em que é uma resposta ao que o Mundo necessita, a prática acaba sendo um diferencial competitivo no mundo dos negócios", explica.

Conforme a presidente da ACPA é importante que toda a sociedade esteja atenta ao debate e às necessidades de ações decorrentes. Para Suzana Vellinho, tal conjunto de conceitos está cada vez mais inserido nos postulados éticos do ambiente empresarial. "Temos a também a responsabilidade moral de procurarmos nos direcionar a um mundo de progresso. E não apenas para nós mesmos, mas também para assegurar as boas condições de continuidade para as próximas gerações", acrescenta.