Obras do gasoduto Néstor Kirchner avançam na Argentina

Inauguração oficial do primeiro trecho da estrutura está marcada para 9 de julho

Por Jefferson Klein

Gás importado poderá abastecer usina de Uruguaiana
A previsão da inauguração do primeiro trecho do gasoduto argentino Néstor Kirchner, que permitirá transportar gás de folhelho (também chamado de gás de xisto) da jazida de Vaca Muerta, na província de Neuquén, até Salliqueló, na província de Buenos Aires, aumenta a expectativa que esse combustível possa chegar, futuramente, ao Brasil e, particularmente, ao Rio Grande do Sul. Essa etapa inicial, que será estreada em 9 de julho, contempla 573 quilômetros de extensão.
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A usina gaúcha, com capacidade instalada de 650 MW (cerca de 14% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul), historicamente sofre com o problema de falta de abastecimento de gás. Apesar da possibilidade de uma nova fonte de fornecimento para a termelétrica, Zuñeda alerta que a crise econômica na Argentina e a proximidade da eleição para presidente naquele país (marcada para outubro deste ano) podem atrapalhar e atrasar a continuidade da segunda fase do gasoduto.
Quando as duas etapas do empreendimento estiverem terminadas, a estrutura terá um pouco mais de 1 mil quilômetros de extensão e deverá ter implicado aproximadamente US$ 6 bilhões em investimentos. Para o diretor da MaxiQuim, a oportunidade de contar com o gás argentino traria uma maior segurança energética para o Rio Grande do Sul e o Brasil. “O que vai valorizar o gás argentino é o mercado brasileiro”, projeta Zuñeda. No entanto, para essa situação se tornar uma realidade e o combustível importado poder ser distribuído a outros clientes, além da térmica de Uruguaiana, um novo gasoduto teria que ser construído ligando as regiões da Fronteira Oeste gaúcha e Metropolitana de Porto Alegre.