Inflação é uma coisa muito pior que juro alto, explica diretor do BC, em live semanal

"A inflação afeta o investimento, acaba com o emprego, corrói salário e aumenta a pobreza", afirmou Mauricio Moura

Por Agência Estado

(FILES) In this file photo taken on May 29, 2012 a man arrives at the Brazilian Central Bank building in Brasilia. - Brazil's inflation rate eased in May, the government said on June 9, 2022, giving hard-hit consumers some relief -- though soaring prices continue to weigh on Latin America's biggest economy. Brazil's central bank has gone on one of the most aggressive monetary tightening cycles in the world in a bid to bring down inflation, raising the key interest rate 10 straight times since March 2021 to a five-year high of 12.75 percent. (Photo by PEDRO LADEIRA / AFP)
A inflação alta é muito pior do que o juro elevado, afirmou nesta segunda-feira (5) o diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do BC, Mauricio Moura. "O juro é temporário, mantemos alto por um tempo para fazer com a inflação comece a ir para o centro da meta que nos foi dada e depois da taxa de juros recua", disse em live promovida pela autarquia.

Já a inflação, pontuou, "desarruma a casa". "A inflação afeta o investimento, acaba com o emprego, corrói salário e aumenta a pobreza. O juro alto vem para rearrumar a casa, para continuar construindo."

Um pouco antes, Moura afirmou que ninguém gosta de juro alto, nem a população, os empresários, o governo ou o BC. "Fazemos isso porque é uma condição necessária para cumprir nossa meta."

Transparência

De acordo com Moura, o Banco Central, assim como qualquer outro órgão público, precisa prestar contas à sociedade.

Foi com essa avaliação que ele justificou a nova iniciativa da autarquia de realizar lives semanais interativas sobre temas relacionados à sua atuação.

"Ser transparente é obrigação de qualquer organização, ainda mais um órgão público como o Banco Central", afirmou na primeira live, realizada no canal oficial do BC no Youtube. "Quanto mais autônomo você é, mais transparente tem que ser."

A ideia das lives, segundo Moura, é levar informações da autarquia para todos os públicos, não só para os economistas ou outros agentes relacionados ao universo das finanças. "É para todos os brasileiros."