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Setor do aço projeta estabilidade para 2023, mas vê potencial com reformas
Leve queda no consumo deve ser revertida a partir do ano que vem
O setor do aço tem se mostrado "resiliente" frente às adversidades econômicas internacionais e do Brasil. A avaliação é do vice-presidente comercial da Usiminas, Miguel Homes, que apresentou os dados da indústria siderúrgica em reunião-almoço da Associação do Aço do Rio Grande do Sul (AARS), nesta quinta-feira (1º), em Porto Alegre. O evento contou com a presença de entidades e empresários do setor. Apesar de projetar estabilidade para este ano, Homes acredita que com as reformas (tributária e administrativa), baixa nos juros e crescimento do PIB, a tendência é de melhora.
"Hoje, estamos vivendo um cenário de estabilidade, o setor sofre impactos de consumo e investimento, principalmente por conta do cenário de altos juros", considerou Homes. Conforme apresentou, os juros reais do Brasil chegam a 7,5%, um dos maiores da América Latina, o que prejudica o setor. Para este ano, o Brasil deve sofrer uma leve queda (-1%) no consumo de aço, de 13,8 milhões de toneladas do ano passado para 13,6 milhões de toneladas. No ano que vem, no entanto, a retomada deve ser consistente, com crescimento de 3%, chegando a 14 milhões de toneladas de planos totais.
Ele ressaltou também que, pela primeira vez, o México ultrapassou o Brasil no consumo de aço. "Bom para o México, ruim para o Brasil", ponderou. Em 2022, o Brasil figurou no 9º lugar de produtores da matéria-prima. Apesar disso, o executivo se manteve otimista em relação ao futuro do setor que, com a mudança das projeções do PIB para cima e reformas administrativas, tende a crescer. O último boletim emitido pela Focus projeta um crescimento de 1,4% do PIB em 2024. "O consumo está ligado ao PIB. Com uma projeção de crescimento, mas precisamos reduzir os juros e fazer a reforma tributária e administrativa. Assim, conseguimos reativar todos os setores relacionados a o consumo de aço, setor de construção, setor de consumo, de carros, maquinários e equipamentos. Os investimentos precisam voltar ao Brasil", ponderou.
A reabertura da China e a diminuição dos gargalos da cadeia de suprimentos também animam os empresários, mesmo com os juros altos e a inflação persistentes. Além disso, os dados apontam um cenário favorável às indústrias que utilizam o aço, como a automobilística (o setor pode crescer a produção de 2% este ano em relação ao ano passado e 4% no próximo) a de equipamentos agrícolas, e a de equipamentos para extração mineral e na construção, que deu um salto de 15% de 2021 para 2022.