Pacto Alegre, o projeto que fez a Capital unir forças

Iniciativa venceu o Prêmio Destaque do Ano na categoria Inovação, distinção concedido pelo JC na comemoração de seus 90 anos

Por Patricia Knebel

Audy vê capital como polo de classe mundial e atratividade para talentos
Melhoria da autoestima, atração de novos investimentos e de talentos e a elaboração de uma visão de futuro minimamente consensuada entre todos. Fruto de quase três décadas de ações envolvendo os atores da quadrupla hélice da capital gaúcha, o Pacto Alegre nasceu em 2019 e se consolida como um dos movimentos mais emblemáticos da capital gaúcha que olha para o futuro.
“O Pacto nos mostra que podemos construir mais juntos e que unir forças nos faz melhores. É resultado de um trabalho que envolveu muitas lideranças, públicas e privadas nos últimos anos, criando um caldo cultural muito propício para a emergência deste projeto”, comenta Jorge Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS e um dos idealizadores deste movimento.
Criado em 2019 na capital gaúcha, o Pacto Alegre nasceu como resultado da Aliança para a Inovação de Porto Alegre e é formado por centenas de voluntários e dezenas de representantes institucionais da quádrupla hélice (universidades, sociedade civil, poder público e iniciativa privada).
O objetivo? Transformar Porto Alegre em um polo de inovação de classe mundial e, com isso, melhorar a qualidade de vida e tornar a cidade mais atrativa para empreendedores e talentos viverem e investirem.
“Hoje o Pacto Alegre reúne as principais lideranças de nossa cidade e do nosso Estado, as universidades, as empresas e suas entidades representativas, o governo municipal e Estadual e a sociedade civil organizada”, observa Audy.
Entre os projetos mais conhecidos apoiados ou induzidos pelo Pacto estão o Instituto Caldeira, a renovação do Quarto Distrito, a criação da marca e símbolo oficial de Porto Alegre, a reinclusão da Capital no programa global Cidades Educadoras, a realização do Festival POA 2020 e do South Summit Brazil.
“Essas iniciativas têm mudado, e muito, o mindset de nossa comunidade de inovação e da nossa cidade como um todo. Temos ainda enormes desafios a enfrentar, de nos abrirmos mais à diversidade, aos projetos que envolvam a formação para a cidadania, a qualificação da educação no município e a atuação nas comunidades de nossa cidade”, reforça Audy. Para ele, o desafio é transbordar para a capital, a todos os nossos 1,5 milhões de cidadãos, os benefícios que a educação, a inovação, a criatividade e as novas tecnologias podem trazer para a cidade.
Para o ciclo 2023-2024, ele destaca projetos estratégicos que estão em pleno desenvolvimento, como a continuidade da ação coordenada no South Summit Brazil com o Governo Estadual e Municipal, a janela da cidade para o mundo, e os Projetos Territórios Inovadores, com foco nas comunidades, e Cidade Educadora, que visa transformar a cidade em uma fonte de educação.
Todas estas iniciativas estão articuladas com os sete desafios estratégicos do Pacto: Talentos, Transformação Urbana, Ambiente de Negócios, Imagem da Cidade, Qualidade de Vida, Modernização da Administração Pública e Desafios Estratégicos.
“A grande lição do Pacto Alegre é a lógica de pensar o futuro juntos e atuar de forma colaborativa. Transformar Porto Alegre em um ecossistema de inovação de classe mundial para a criação de um futuro melhor para todas as pessoas. Cooperamos na construção de um ambiente inspirador que contribua para um futuro melhor para nossa cidade e para as pessoas que fazem parte dela”, destaca Audy. 

Aliança para a Inovação foi a base para movimento

O Pacto Alegre é resultado da Aliança para Inovação de Porto Alegre, uma iniciativa potente que surgiu em 2018 a partir da conjugação de esforços da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) e da Unisinos.
O projeto reúne os componentes da quádrupla hélice, impulsionados pela Aliança, em conjunto com a Prefeitura Municipal, e com a participação ativa de empresários como Aod Cunha e Marciano Testa.
O coordenador do Pacto Alegre, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, comenta que o Pacto Alegre foi ancorado na Aliança para a Inovação e construído de forma compartilhada entre as mais diversas forças e entidades do ecossistema da cidade, se configurando em uma plataforma essencial de conexões e articulação.
“Isso permitiu a construção de projetos altamente impactantes e mudou a mentalidade reinante para um paradigma em que a parceria e crença na capacidade de transformação da realidade se afirmaram. O espírito do Pacto contaminou e incentivou os vários atores da cidade a assumirem uma postura protagonista e colaborativa na construção de uma Porto Alegre mais inovadora e melhor de se viver”, celebra.
O acordo tríplice de universidades, prorrogado por mais cinco anos recentemente, cumpre o papel de potencializar ações de alto impacto em prol do avanço do ecossistema de inovação e do desenvolvimento.
Para ele, o desafio nos próximos anos é manter esse engajamento, incrementar a complexidade e impacto das ações e contribuir para que a inovação de fato melhore a vida das pessoas de todos os segmentos. “Nesse momento em que estamos vibrantes e com muitas ações, cabe ao Pacto buscar as ações estruturantes que podem ajudar a efetivar as grandes mudanças na educação, na matriz econômica e na paisagem urbana da cidade”, finaliza o coordenador do projeto.