PF segue com investigação na Serra gaúcha, mas por enquanto não há prova contra vinícolas

Inquérito que apura uso mão de obra análoga à escravidão tem prazo inicial de 30 dias para a conclusão, mas deve ser prorrogado

Por Adriana Lampert

Coletiva de imprensa da Polícia Federal sobre trabalho análogo à escravidão
A Polícia Federal (PF) deve solicitar prorrogação do inquérito em torno do caso de mais de 200 pessoas que eram mantidas de forma análoga à escravidão na região da serra gaúcha. A princípio, o prazo de conclusão seria de 30 dias. Até agora, segundo o delegado Adriano Medeiros do Amaral, não há indícios da participação direta das vinícolas. No último dia 22 fevereiro, a terceirizada Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão em Saúde Ltda foi flagrada usando mão de obra de trabalhadores submetidos a viver em condições precárias, violência física e sem receber seus salários.
"Fizemos todo um levantamento do material já recolhido, e o que a gente encontrou foi um contrato de fornecimento de mão de obra por uma empresa terceirizada", disse o delegado, em coletiva à imprensa, realizada nesta sexta-feira (17). Com a investigação em fase de coleta de provas, nesta mesma data a PF cumpriu sete mandados de busca e apreensão, após deflagrar a Operação Descaro, que atua nos municípios de Bento Gonçalves e Garibaldi (RS), onde os trabalhadores eram recrutados de outros estados, principalmente da Bahia. 
Seis suspeitos foram identificados pela polícia como possíveis integrantes de uma organização criminosa voltada para a prática do crime de submissão à escravidão.
Durante a operação, que ocorreu na sede da empresa que recrutava os trabalhadores e nas residências das sete pessoas investigadas, foram encontrados revólveres, pistolas, armas longas e munição, entre outros objetos. Ao todo,