Dólar perde força com commodities, após subir com IPCA no Boletim Focus

Mercado de câmbio abriu em alta, após novo avanço das projeções de IPCA no boletim Focus

Por Agência Estado

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O dólar opera sob pressão técnica na manhã desta segunda-feira, 30, e mostra volatilidade entre margens estreitas nos primeiros negócios em meio aumento de rolagens de contratos cambiais, em véspera de definição da taxa Ptax de janeiro, na terça-feira. Influenciam também na instabilidade, segundo operadores, o dólar com sinais mistos no exterior, alta de commodities com a reabertura da China, após feriado na última semana no país, e cautela fiscal interna.
Nesta terça, 31, será definida a última taxa Ptax de janeiro e o dólar passa a sofrer influenciar técnica maior nesta segunda-feira. Além disso, no exterior, o dólar recua ante pares rivais, mas prevalece um viés de alta da moeda americana frente outras divisas emergentes ligadas a commodities.
O mercado de câmbio abriu em alta, após novo avanço das projeções de IPCA no boletim Focus que refletem temores com incertezas fiscais do governo. Mas a moeda americana caiu em seguida diante da alta de commodities com a reabertura da China, após feriado na última semana, e se ajustando ao recuo do dólar ante pares rivais no exterior.
As incertezas fiscais internas, o aumento dos juros dos Treasuries e as quedas fortes nas bolsas internacionais limitam a baixa do dólar ante o real, segundo operadores. Os investidores adotam cautela antes das decisões de política monetária dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos, ambos na quarta-feira, dia 1º, além do Banco Central Europeu e Banco da Inglaterra, na quinta-feira (2).
No boletim Focus divulgado mais cedo, o cenário para a inflação neste e nos próximos anos continuou a piorar, após questionamentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à autonomia do Banco Central, ao nível de juros e à meta inflacionária. Pesam ainda os temores fiscais e a surpresa com o IPCA-15 de janeiro, acima da mediana das estimativas do Projeções Broadcast. O IPCA para 2023 saltou de 5,48% para 5,74%; para 2024 subiu de 3,84% para 3,90%; para 2026, a estimativa passou de 3,47% para 3,50% na última semana, contra 3,15% um mês antes.
Mais cedo, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou alta de 0,21% em janeiro, após avanço de 0,45% em dezembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ficou abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava elevação de 0,23% para o indicador, com estimativas entre 0,06% a 0,46%. A inflação acumulada pelo IGP-M em 12 meses foi de 3,79% em janeiro, ante 5,45% em dezembro.
Às 9h46 desta segunda-feira, o dólar à vista tinha viés de alta, de 0,05%, a R$ 5,1145. O dólar fevereiro subia 0,10%, a R$ 5,1160.