Empresa gaúcha começou como madeireira e hoje é multimarca presente no Brasil e no Exterior

Ao longo do tempo, incorporou novas operação e expandiu sua presença no Brasil e no Exterior

Por Maria Amélia Vargas

ECONOMIA - Agnelo Seger - DIRETOR PRESIDENTE DO GRUPO HERVAL - CRÉDITO DIVULGAÇÃO GRUPO HERVAL
À frente do Grupo Herval, surgido há 63 anos como madeireira, o CEO da empresa, Agnelo Seger, comemora a transformação da pequena serralheria e fabricante de esquadrias de Dois Irmãos, no Vale do Sinos, em uma das grandes companhias do País. Ao longo do tempo, incorporou novas operações e expandiu sua presença no Brasil e no Exterior. “Quem poderia sonhar com todas as mudanças que ocorreriam e todo crescimento que teríamos, tornando a Herval uma das maiores empresas do País, com operações até nos Estados Unidos e no Uruguai. Somos indústria, somos varejo, somos serviços financeiros, somos mais de 20 marcas e empregamos cerca de 7 mil pessoas”, comemora o dirigente. O Jornal do Comércio conversou com Seger sobre as conquistas do último ano e as perspectivas para 2023.
Jornal do Comércio - Do início como madeireira até os dias de hoje, como o senhor vê a trajetória do Grupo Herval?
Agnelo Seger - Começamos a nossa história trabalhando com móveis e materiais de construção, sendo amplamente reconhecidos por isso. Ao longo destas décadas, muitas transformações aconteceram e novos negócios foram incorporados ao Grupo. Hoje atuamos no Varejo (taQi, iPLace, HT Solutions), Indústria (Móveis e Colchões Herval, Uultis, Édez) e Serviços Financeiros (HS Consórcios, Cartão Hoje, HS Financeira), além de indústria HQuímica.
JC - Esta aposta em segmentos variados traz muitos desafios. Como o senhor lida com eles?
Agnelo - Traz o desafio de importantes decisões diárias, sempre baseadas na ética, além de ser necessário acompanhar a execução dos diversos planejamentos. Neste sentido, é importante estar cercado de alianças sólidas e estratégicas - fornecedores, parceiros e colaboradores competentes e comprometidos, que se dedicam diariamente a construir marcas cada vez mais fortes.
JC - Há também vantagens em pulverizar os negócios, quais são elas?
Agnelo - Os desafios são muitos, mas também há vantagens. Podemos citar a sinergia de estruturas, com unificação de áreas administrativas, padronização de plataformas, entre outras; complementaridade ao oferecer aos clientes pessoas físicas e jurídicas soluções mais completas unindo especialidades dos negócios; redução de custos devido à padronização de fornecedores, negociação em grupo, trazendo relevância para fornecedores.
JC - Como foi ingresso na área de tecnologia?
Agnelo - A criação da Herval Tec há 15 anos, depois transformada em HT Solutions, abriu as portas para a tecnologia e revolucionou a estrutura do Grupo Herval, ampliando exponencialmente nossa atuação e agregando importantes parcerias para a empresa. Lançamos a pedra fundamental de um Hub de Inovação, a ser inaugurado no ano que vem. A empresa tem previsão de crescimento de cerca de 180% em relação ao ano passado.
JC - A empresa aposta na expansão para o Exterior. Como estão os processos de internacionalização?
Agnelo - A gente pretende fazer uma pausa nos investimentos para ver como fica o próximo governo, os novos ministérios e tudo mais. Mas, com certeza, vamos continuar investindo. Inclusive no Exterior, pois há dois anos abrimos uma unidade em Miami, onde participamos de e-commerce e entregamos nossos produtos a pronta-entrega aos lojistas de lá, principalmente a nossa linha premium de móveis, a Uultis.
Temos também a operação I Place no Uruguai e estamos buscando outros mercados. A internacionalização.
JC - E como ficaram os investimentos aqui no Estado?
Agnelo - Neste ano concluímos a ampliação da fábrica de móveis e colchões em Dois Irmãos, com novas instalações a aumento de 66 mil metros quadrados a área dedicada à produção do grupo. Começamos em 2021, e neste ano fechamos o restante de 12 mil metros quadrados. Ao todo, foram investidos R$ 100 milhões.
JC - Que lições o Grupo Herval leva do período mais grave de pandemia?
Agnelo - A importância de ser uma empresa ágil, capaz de reagir a cenários de rápidas mudanças, tanto na forma de gerir como na forma de atender às necessidades dos clientes, principalmente quando se fala de multicanalidade. Outro ponto relevante foi a consciência que todos os nossos negócios dependem de parcerias sólidas com fornecedores e prestadores de serviços. Isso foi fundamental para o período de maiores transtornos com a pandemia. Entretanto, para a indústria moveleira, o período de isolamento foi positivo, pois as pessoas passaram a investir no conforto das suas casas.
JC - O que é necessário, neste momento, para ajudar a indústria a crescer?
Agnelo - Toda indústria depende da recuperação da renda da população, do índice de confiança para consumo e estabilidade econômica. Estamos construindo planos para 2023 e trabalharemos, como sempre, buscando expandir nossos negócios com inovação em produtos, qualidade e serviços.
JC - Como o senhor vê o futuro do Grupo?
Agnelo - Estamos apenas no começo de uma longa e bem sucedida jornada. Acreditamos no sucesso dos negócios e nos colocamos como agentes de mudanças, contribuindo para o nosso país e para as nossas pessoas.