Bolsas da Ásia sobem, com possível alta de juro menor do Fed e China

Além disso, há contínuo otimismo quanto à China, que tem aos poucos relaxado restrições contra a covid-19 no país, em resposta aos protestos que ocorreram nos últimos dias contra a rígida política de covid zero

Por Agência Estado

Bolsas asiáticas, mercado financeiro, bolsas da Ásia Pedestrians walk in front of electronic quotation boards displaying share prices on the Tokyo Stock Exchange (L) and the foreign exchange rate between the US dollar and Japanese yen (R) in Tokyo on November 17, 2020. (Photo by Kazuhiro NOGI / AFP)
As bolsas asiáticas encerraram o pregão desta quinta-feira (1), em alta, após o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sinalizar que a entidade vai reduzir o ritmo do seu aperto monetário a partir deste mês, no encontro do próximo dia 14. Além disso, há contínuo otimismo quanto à China, que tem aos poucos relaxado restrições contra a covid-19 no país, em resposta aos protestos que ocorreram nos últimos dias contra a rígida política de covid zero.
O índice Xangai Composto fechou em alta de 0,45%, a 3.165,47 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto subiu 1,26%, a 2.044,10 pontos. Já o Hang Seng, de Hong Kong, teve alta de 0,75%, a 18.736,44 pontos. O Nikkei, da bolsa de Tóquio, teve ganhos de 0,92%, a 28.226,08 pontos, e o sul-coreano Kospi subiu 0,30%, a 2.479,84 pontos.
O Fed vem de quatro elevações seguidas do juro de 75 pontos-base, e as falas de Powell aumentam as chances de que um aumento menor, de 50 pontos-base (pb), ocorra em dezembro - ao menos é o que mostrou levantamento do CME Group após o discurso do banqueiro central. Nesta manhã, a ferramenta indicava 81,8% de probabilidade para alta de 50 pb, à faixa de 4,25% a 4,5%, com os 18,2% restantes para outra alta de 75 pb, ao patamar de 4,5% a 4,75%.
Os comentários do dirigente, portanto, moveram as expectativas do mercado para um aperto monetário mais brando na principal economia do mundo e, por consequência, impulsionaram o apetite por risco nas bolsas. O Citi, no entanto, discorda do posicionamento do mercado.
"Em vez de confiar nas previsões de queda da inflação, Powell está cada vez mais preocupado com o fato de a inflação ter se espalhado para serviços não relacionados a domicílios, com poucas perspectivas de desaceleração na categoria, dados os mercados de trabalho ainda muito apertados. A implicação é um maior foco no crescimento salarial e nos dados do mercado de trabalho e menos foco na desaceleração dos preços dos principais bens", alerta a entidade, que vê a tomada de risco desde ontem como outro risco hawkish à frente, "incluindo do relatório de empregos de sexta-feira".
No cenário local, investidores olham com otimismo para o relaxamento de restrições contra a covid-19 em algumas metrópoles da China que relataram manifestações nos últimos dias, como Guangzhong e Chongqing. Segundo fontes ouvidas pela Reuters, Pequim pode passar a permitir que alguns infectados façam quarentena em casa, uma mudança considerável ante a orientação anterior de isolar comunidades em caso de testes positivos para o vírus.
Os drivers positivos fizeram com que investidores deixassem em segundo plano leituras fracas de índices de gerentes de compras (PMIs) industriais de China e Japão.
Entre outros mercados, o índice taiwanês Taiex teve alta de 0,90%, a 15.012,80 pontos, e o australiano S&P/ASX 200 subiu 0,96%, a 7.354,40 pontos.