Receita com exportação é recorde de US$ 5,9 bi, 61% acima de 2021

Os cafés diferenciados, que possuem qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis, responderam por 18% das exportações totais brasileiras do produto entre janeiro e agosto de 2022, segundo o Cecafé

Por Agência Estado

Grãos de café 1 Farmer shows hand-picked coffee beans on his family farm located in Forquilha do Rio, municipality of Dores do Rio Preto, Espirito Santo, Brazil, on November 23, 2017. At an altitude of 1,180 meters on the flanks of the Caparao mountains, between the Brazilian states of Minas Gerais and Espirito Santo, farmers are planting Arabica coffee, a specialty that has better quality and price than ordinary coffee. Their beans are sold to the best specialty shops in Brazil and two-thirds of their production is exported to the United States, France, Australia, South Korea, Japan and other countries. / AFP PHOTO / MAURO PIMENTEL / TO GO WITH AFP STORY by Morgann JEZEQUEL
O Brasil exportou em agosto 2,762 milhões de sacas de 60 quilos de café, 2,5% menos que em agosto de 2021, mas com as vendas obteve receita cambial de US$ 655,3 milhões, alta de 49,5% na comparação com o período anterior, segundo informou, ontem à tarde (12), o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). No período de janeiro a agosto, o resultado é ainda melhor, com receita recorde de US$ 5,904 bilhões, crescimento de 61,4% ante os oito meses do ano passado. Já o volume recuou 5,3% no intervalo, saindo de 26,7 milhões de sacas para os atuais 25,3 milhões de sacas até o fim do mês passado.
Em nota, o presidente do Cecafé, Günter Häusler, atribuiu o desempenho "aos bons níveis de preço praticados nos mercados interno e externo e à taxa de câmbio favorável". Conforme o Cecafé, entre janeiro e o fim de agosto o preço médio pago pelos cafés do Brasil exportados foi de US$ 233,58 a saca, alta de 70,4% ante US$ 137,11/saca de igual período de 2021.
Os Estados Unidos são o principal destino do café brasileiro, com 5,283 milhões de sacas de janeiro a agosto (+4,5%), ou 20,9% do total exportado pelo País. Em seguida aparecem Alemanha, com 17,9% - importou 4,533 milhões de sacas (-1,9%) nos oito meses - e Bélgica, com a compra de 2,110 milhões de sacas (+14,2% do total;
O café arábica é mais exportado, com envio de 21,707 milhões de sacas ao exterior, ou 85,9% do total. Já o café solúvel registrou o embarque equivalente a 2,505 milhões de sacas, respondendo por 9,9%. Na sequência, aparecem a variedade canéfora (robusta + conilon), com a exportação de 1,033 milhão de sacas (4,1%), e o produto torrado e torrado e moído, com 30.268 sacas (0,1%).
Os cafés diferenciados, que possuem qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis, responderam por 18% das exportações totais brasileiras do produto entre janeiro e agosto de 2022, segundo o Cecafé. Foram 4,540 milhões de sacas exportadas, aumento de 3,2%. "O preço médio do produto diferenciado ficou em US$ 284,54 por saca, proporcionando uma receita de US$ 1,292 bilhão nos oito meses, o que corresponde a 21,9% do obtido com os embarques totais. No comparativo anual, o valor é 64,3% maior do que o apurado no mesmo intervalo anterior", disse o Cecafé.