Secretário de Inovação aponta necessidade de investimentos em educação e formação de talentos

Alsones Balestrin abriu a programação do 27º Seminário Competitividade & Qualidade, em Caxias do Sul

Por JC

Estado deve incentivar a regionalização dos ecossistemas, diz Balestrin
Palestrante convidado da tradicional reunião almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias), o secretário estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia Alsones Balestrin abriu a programação do 27º Seminário Competitividade & Qualidade, promovido ontem, que teve como tema “Desafios da qualificação profissional para o desenvolvimento de ecossistemas de inovação”. As informações são da assessoria da entidade.
“Por que ainda exportamos nossos cérebros e nossos talentos?”, questionou o secretário. Segundo ele, a explicação para que o “produto” de maior exportação do Brasil seja os seus próprios talentos, está no fato de que, para formá-los e retê-los, o País precisa de educação e boas oportunidades de emprego e crescimento pessoal, além de infraestrutura nas cidades, segurança e bem-estar.
“Como podemos criar melhores oportunidades para que estes jovens, que representam o futuro da nação, não precisem migrar? Porque muitos migram e não voltam mais”, pontuou Balestrin, ao defender a ideia de que a inovação necessita de talentos e de conhecimento para acontecer.
Dados apresentados ele reforçam o argumento em prol da educação e de melhores oportunidades: apenas 23% dos jovens brasileiros com idade entre 18 e 23 anos estão no ensino superior. De acordo com ele, 47% dos jovens de 15 a 29 anos querem morar fora do Brasil, em busca de melhor qualidade de vida e oportunidades de emprego. Além disso, 61% da população carcerária do Rio Grande do Sul tem até a 4ª série, sendo 38% desse contingente formado por jovens entre 18 e 29 anos.
O secretário afirmou ainda que as grandes e médias inovações de hoje acontecem com a forte colaboração e integração entre as empresas. Segundo Balestrin, a inovação é muito mais um processo colaborativo do que individual. Além disso, comentou que a maior capacidade dos recursos humanos na economia do conhecimento é que ele saiba trabalhar colaborativamente e em equipes. “A inovação é colaborativa. Por isso, fala-se em ecossistemas de inovação. A ideia central é que o coletivo, a equipe ou a rede é mais criativa, inteligente e inovadora do que um indivíduo ou empresa atuando isoladamente”, enfatizou.
Nesse sentido, Balestrin disse que o Rio Grande do Sul teve papel relevante ao promover oito ecossistemas regionais de inovação, sendo um na Serra Gaúcha. “A inovação precisa acontecer no Interior, não só na Capital. A regionalização dos ecossistemas de inovação permite solucionar desafios locais”, complementou.