OIW cria unidade de distribuição de geradores fotovoltaicos

Empresa com sede em Taquari tem tradição no segmento de Telecom

Por Jefferson Klein

Produção de energia solar registra desenvolvimento acelerado no País
 Um dos mercados que mais cresce no Brasil atualmente, o de energia solar, chamou a atenção da OIW, companhia sediada em Taquari e maior importadora de cabos de fibra óptica para telecomunicações do País. A empresa decidiu diversificar suas atividades e constituiu a OIW Solar, que atuará como distribuidora de geradores fotovoltaicos utilizados pelos consumidores que querem produzir sua própria energia.
O lançamento do novo braço da companhia foi realizado oficialmente nesta quinta-feira (7), em evento no Shopping Bourbon Country, em Porto Alegre. A estimativa inicial da empresa é atingir a comercialização de cerca de 450 geradores ao mês. Os mercados prioritários neste primeiro momento serão os estados da região Sul e São Paulo e a previsão é da entrada no Sudeste e no Centro-Oeste no último trimestre. A estrutura logística já constituída para a operação na área de Telecom, que conta com seis Centros de Distribuição espalhados por Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia e Ceará, poderá ser também aproveitada para a atividade com os equipamentos fotovoltaicos.
O CEO da OIW, Fabricio Azambuja Ferreira, destaca que a empresa observa o mercado da energia solar desde 2018. Entre os fatores que estão fazendo esse segmento crescer, o executivo destaca a preocupação com as crises energéticas e os sucessivos aumentos das tarifas de energia. “Está se mostrando (a geração própria) um excelente investimento para qualquer consumidor e de qualquer porte”, enfatiza.
O dirigente detalha que o público-alvo da OIW Solar não é o usuário final, mas os chamados integradores, que são os executores dos projetos fotovoltaicos. A nova área de atuação terá um papel relevante dentro da companhia. A OIW alcançou um faturamento de R$ 320 milhões no ano passado e Ferreira adianta que a expectativa é que o segmento solar represente em 2022 cerca de 15% da receita bruta total do grupo e para 2023 a estimativa é que possa alcançar até 30% ou 35%. O executivo adianta que deverão ser gerados de 25 a 30 postos de emprego com a atividade (no momento são 140 funcionários operando nas unidades da empresa).
A OIW trabalhará inicialmente com produtos vindos do exterior. Entre as marcas de equipamentos que serão importados, estão as chinesas Risen e DAH Solar, fabricantes de módulos fotovoltaicos, e a Growatt, de inversores e microinversores. Ferreira prevê que o caminho natural será futuramente a produção nacional de componentes fotovoltaicos aumentar, porém atualmente a importação, devido aos custos mais baixos, ainda é mais competitiva. Ele comenta que a própria OIW não descarta, mais adiante, avaliar a possibilidade de se tornar uma fabricante.
Os preços dos produtos, conforme o executivo, podem variar de R$ 10 mil, para soluções residenciais e de menor consumo de energia, até projetos milionários, dependendo do porte. Já o tempo de retorno do investimento também varia com o consumo de energia do cliente, porém o dirigente destaca que para os consumidores industriais o payback, em geral, está em torno de 35 a 40 meses, para os comerciais de menor consumo de 40 a 48 meses e residenciais de 48 a 60 meses.
O conselheiro nacional da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) e sócio-diretor da Noale Energia, Frederico Boschin, confirma que esse retorno financeiro, em um prazo não muito longo, é um dos fatores que têm atraído tantas pessoas para a geração distribuída (produção própria de energia). “Não é por acaso que mais uma distribuidora está entrando no mercado, é um setor que está crescendo exponencialmente”, enfatiza.
Ele recorda que a projeção para 2022 é do Brasil mais que dobrar a capacidade de instalações de geração fotovoltaica distribuída. De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o País fechou o ano passado com cerca de 8,3 mil MW de potência dessa fonte e a perspectiva é passar dos 17 mil MW em 2023. Boschin acrescenta que o Rio Grande do Sul está entre os estados que mais fazem uso desse recurso, sendo superado apenas por Minas Gerais e São Paulo.