Caçada aos cogumelos une lazer e gastronomia na Serra Gaúcha

Atividade vem ganhando adeptos no Estado e se concentra na estação do Outono

Por Patrícia Comunello

Praticantes se lançam a buscas de fungos comestíveis, como o porcini, a silvestres ou selvagens
Já pensou em dedicar algumas horas de um sábado a uma caçada por cogumelos tipo porcini, um dos mais requisitados na gastronomia gaúcha? Esta opção ganha cada vez mais adeptos e opções dentro do chamado turismo micológico, por envolver fungos, principalmente os comestíveis.

JC NOTÍCIAS: Como é uma caçada aos cogumelos na Serra Gaúcha

A caçada atrai turistas e apreciadores da gastronomia com estes tipos de ingredientes, em aventuras que têm como cenário pequenas propriedades ou áreas públicas na Serra Gaúcha. Pinto Bandeira, distrito de Bento Gonçalves, é um dos terrenos onde especialistas em porcinis e outras variações destes vegetais e adeptos se lançam nas buscas que duram horas. No final, a garantia sempre é de um banquete à base, é claro, de cogumelos.  
O outono é a estação mais apropriada para as caçadas, pois garante maior oferta de fungos. "Fora desta época, a quantidade e diversidade de fungos (principalmente os de interesse alimentar) costuma diminuir", observa o especialistas e autor de livros sobre o mundo dos fungos, Jefferson Timm. 
No próximo sábado (2 de julho), nova sessão da caça micológica vai ser travada em Pinto Bandeira, com saída do restaurante Colheita Butique Sazonal (informações de como participar no fim do texto). "Será a última da temporada", avisa Timm, que vai coordenar a atividade ao lado do chef Giordano Tarso.
"As primeiras caçadas aos cogumelos foram realizadas em 2018 com o objetivo de engajar pessoas na campanha de financiamento coletivo para publicação do livro Primavera Fungi – Guia de Fungos do Sul do Brasil", conta Timm, que conseguiu lançar a publicação. "Vimos que as pessoas adoraram e decidimos continuar com as atividades", conta o precursor.
Timm diz que a atividade é mais popular em regiões da Europa, mas cresce cada vez mais no Sul. Foto: Tati Feldens/Divulgação
Timm explica que a busca é sempre por cogumelos silvestres ou “selvagens”, que são diferentes dos cultivados. "Fazemos (a busca) em parques ou áreas privadas, da minha família ou de amigos e parceiros", detalha ele.
Se desponta como novidade entre os gaúchos, a caçada é bem tradicional em países europeus, como Itália, Espanha e regiões de clima temperado, cita Timm.
No Brasil, a atividade ganhou mais espaço nos últimos cinco anos. "A prática tem crescido ano a ano. Hoje já é comum encontrar pessoas com cestos de cogumelos nas florestas da Serra Gaúcha", garante o especialista.
O público adepto é diverso. Os cogumelos comestíveis são os mais procurados, mas muitos praticantes se lançam à caça pelo lazer e bem estar por ser feita em área naturais, no meio ambiente. O programa costuma mobilizar famílias inteiras, de crianças a adultos. 
Depois de passada a "alta temporada" das caçadas, o grupo que organiza as atividades passa a se dedicar a aprimorar o projeto e criar novos conteúdos e materiais.
Timm adianta que, no segundo semestre deste ano, deve ser publicado um guia de cogumelos comestíveis do Brasil. A novidade pode ampliar o público disposto a encarar parques, bosques e matas atrás dos cogumelos, para garantir a refeição do dia ou para aprender e se divertir. 
Cada vaga na última caçada promovida no Colheita Butique Sazonal custa R$ 330,00, valor que inclui também oficina com informações e almoço. Informações e reservas pelo telefone (54) 98126-8293. A casa fica na rua Sete de Setembro, 1471, no Centro Histórico de Pinto Bandeira.