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Empresários negociam área da Utresa, no Vale dos Sinos, por R$ 7,5 milhões
Grupo aposta em tecnologias para o tratamento dos resíduos descartados pela Utresa no Rio dos Sinos
Um grupo de empresários negocia o arrendamento de parte da área da Utresa, no Vale dos Sinos — onde ocorreu um dos maiores desastres ambientais do Brasil. Em fase avançada, as negociações envolvem um investimento inicial de R$ 7,5 milhões, com a intenção de desenvolver novas soluções e infraestrutura para tratamento de resíduos.
A sede da Utresa, em Estância Velha, teve vida útil limitada pela poluição do Rio dos Sinos. Há 16 anos, a má gestão ambiental por empresas do entorno prejudicou fortemente o ecossistema da região.
Segundo a Utresa, a intenção dos empresários é apostar no tratamento de resíduos líquidos, de início, e sólidos, a médio prazo. A estratégia também envolve soluções "Waste do Energy" ("resíduos em energia", do inglês) e ecossistemas de negócios sustentáveis, com a expansão do atendimento para todo o Estado. Em troca, a empresa vai gerenciar os efluentes gerados pela Utresa nos próximos 20 anos, como determinado pela legislação.
"Por isso, a negociação com empresários que pretendem investir em novas tecnologias para, primeiramente, a partir dos efluentes, estabelecer um empreendimento sustentável ambientalmente e do ponto de vista financeiro, oferecendo mais uma importante solução em saneamento e resíduos para indústrias, município e concessionárias do RS, buscando reescrever uma história de pioneirismo e sustentabilidade", explica a Utresa, em nota.
Em outubro de 2006, em torno de 90 toneladas de peixes do Rio dos Sinos morreu devido à contaminação da água. Investigações pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Polícia Civil e secretarias de meio ambiente apontaram a Utresa como uma das empresas responsáveis pela poluição, devido ao descarte irregular de efluentes sem tratamento adequado.
Segundo a Utresa, o ocorrido é "oriundo de uma antiga má gestão da organização". Despacho da Fepam incluso no Processo Administrativo nº005060/14-8, de maio de 2022, afirma que “não há mais ações de intervenção na área a serem realizadas” e que “poderá ser dada continuidade do monitoramento no processo de Licença de Operação do empreendimento”.
"Estudo e levantamento do passivo ambiental foram realizados e a Utresa, depois do problema ocorrido no Rio dos Sinos, passou a implementar medidas para remediar e controlar os danos, a partir de licença emitida pela Fepam, em 2017, e de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado com o MPRS, em 2018", diz a empresa.