Bovespa fecha no menor nível em um mês, refletindo desempenho ruim de mercados

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A Bovespa fechou em baixa e no menor patamar em mais de um mês, afetada pelo desempenho ruim das bolsas no exterior e também pelas questões políticas que ameaçam, mais uma vez, a aprovação das medidas de ajuste fiscal no Congresso. O Ibovespa encerrou em baixa de 1,79%, aos 53.629,78 pontos, menor patamar de fechamento desde o dia 8 de abril (53.661,11 pontos). O volume financeiro foi de R$ 6,602 bilhões.

A Bolsa já abriu em baixa, diante da tensão externa com a questão da Grécia e, aqui, pelas expectativas com as Medidas Provisórias do ajuste fiscal que serão votadas no Senado nesta semana em meio ao sentimento de que o maior defensor das medidas, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, pode estar isolado dentro do governo. O declínio foi acentuado após a bateria de indicadores da economia dos EUA, que indicam recuperação pouco mais firme da atividade, reforçando a leitura de que a alta das taxas dos Fed Funds pode estar a caminho.

Entre os indicadores do dia, as encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos caíram 0,5% entre março e abril, mas, apesar da queda, números subjacentes mostram que os investimentos das empresas começam a aumentar. Uma medida dos investimentos das empresas, que são as encomendas de bens de capital não ligados à defesa, excluindo aeronaves, subiu 1% no mês passado, enquanto se esperava alta de 0,3%. Além disso, o dado de março em relação a fevereiro foi revisado para alta de 5,1%, ante avanço de 4,4%.

A perspectiva de que os juros podem subir mais cedo deu força ao dólar e deprimiu as bolsas em Wall Street. O Dow Jones caiu 1,04%; o S&P 500 fechou em baixa de 1,03%; e o Nasdaq recuou 1,08%. Na Europa, a maioria das bolsas também caiu, influenciadas por Nova York e pelo impasse nas negociações sobre a dívida grega. A Bolsa de Paris caiu 0,66% e a de Frankfurt, -1,61%.

Entre os papéis, Petrobras PN recuou 3,20% e a ON, -3,40%. Ontem acionistas aprovaram, em assembleia geral extraordinária (AGE), as demonstrações contábeis de 2014, mas a empresa reiterou que diante do prejuízo de R$ 21,5 bilhões registrado em 2014, não irá pagar proventos neste ano aos investidores. Já Vale PNA (+1,07%) e Vale ON (+0,58%) avançaram, favorecidas pelo aumento nos preços do minério de ferro. Nas siderúrgicas, CSN ON recuou 1,68%, mas Usiminas PNA teve alta, de 3,02%.

O setor financeiro também sucumbiu: Itaú Unibanco PN (-1,47%), Bradesco PN (-2,97%) e Santander unit (-3,37%).