‘Acessibilidade pode ser grande oportunidade de negócios’, dizem empresas de tecnologia

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"O mercado de tecnologia para pessoas com deficiência pode ser uma grande oportunidade de negócios para empresas", afirma o analista Chris Lewis. Durante o Mobile World Congress, ele se juntou a representantes de companhias como IBM, Google e Microsoft, para debater sobre como deficientes físicos podem se beneficiar da tecnologia.
Segundo Lewis, 1 bilhão de pessoas no mundo sofre com algum tipo de deficiência ou limitação: 360 milhões têm problemas auditivos, 285 milhões problemas de visão, 194 milhões dificuldades cognitivas ou de aprendizado, 13 milhões deficiência física e 148 milhões outros tipos de limitações.
Dessas, 4% são crianças, 10% são adultos em idade de trabalho e 77% são aposentados. Juntos, têm poder de compra de US$ 2,3 trilhões, enquanto esse número para seus familiares e amigos salta para US$ 4,5 trilhões. Além de receberem do Estado US$ 1,2 trilhão em benefícios.
Como gerar negócios para esse grupo? "Criar produtos que possam ser utilizados por qualquer um, com ou sem deficiência", afirmou Rob Sinclair, executivo-chefe de acessibilidade da Microsoft.
Ele deu um exemplo simples: uma pessoa que não pode olhar a tela do smartphone não é apenas alguém com deficiência visual. Ela pode ser uma pessoa com a visão 100% saudável que está ao volante do carro.
De acordo com Sinclair, tecnologias de assistência produzidas para deficientes também podem ser utilizadas por 85% da população que vive alguma limitação situacional durante o dia a dia, como o motorista ao volante que não pode olhar para o smartphone. Isso, claro, poderia beneficiar um grupo ainda maior de pessoas.
"Os deficientes também querem usar os dispositivos da moda, como o iPhone, e não só produtos especiais" afirma Lewis, que há 30 anos sofre com uma cegueira parcial.
Frances W. West, executiva-chefe de acessibilidade da IBM, acredita que a acessibilidade precisa ser integrada durante os estágios de design e desenvolvimento de qualquer produto.
"Esse é um grande negócio e ajuda a melhorar os produtos de forma geral", afirma Michael Miligan, secretário geral do Fórum de Fabricantes de Dispositivos Móveis.