Sindicato pede à Marfrig que mantenha frigorífico por mais 6 meses

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Em reunião de mediação promovida na manhã desta terça-feira (27) pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS), em Porto Alegre, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Alimentação de Alegrete (na fronteira oeste do Estado) apresentou proposta para que a Marfrig mantenha o frigorífico localizado no município em atividade por mais seis meses - período em que se buscará viabilizar a continuidade do funcionamento da planta de forma sustentável.

De acordo com nota divulgada pelo TRT-RS, os representantes da empresa pediram a suspensão do encontro por 48 horas, com o objetivo de submeter a proposta à avaliação da diretoria. A reunião deve prosseguir na próxima quinta-feira, dia 29, às 10 horas.

Na semana passada, a Marfrig comunicou ao governo do Rio Grande do Sul a decisão de fechar a fábrica em Alegrete por tempo indeterminado, concentrando as operações no Estado em Bagé, São Gabriel e Pampeano. 

A Marfrig alega que a planta de Alegrete está deficitária e "sem perspectivas de mudança no curto e médio prazo". Entre as dificuldades apresentadas estão a falta de matéria-prima e a necessidade de um alto investimento em melhorias estruturais.

A decisão ameaça o emprego dos mais de 600 trabalhadores que atuam no frigorífico de Alegrete. A mediação no TRT-RS ocorreu após a decisão do juiz José Carlos Dal Ri, titular da Vara do Trabalho do Alegrete, que suspendeu a possibilidade de desligamento dos colaboradores até que ocorra uma negociação coletiva entre a Marfrig e o sindicato da categoria. 

A liminar atendeu a pedido de antecipação de tutela ajuizado pelo Ministério Público do Trabalho, e a multa pelo descumprimento da ordem judicial foi fixada em R$ 100 milhões. Procurada pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado,  a Marfrig não se pronunciou sobre a reunião.