Térmica Sepé Tiaraju aumentará capacidade

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A ampliação da capacidade da termelétrica Sepé Tiaraju, localizada em Canoas, está prestes a ser finalizada. Inicialmente, a estimativa era de que as obras para alcançar o incremento fossem concluídas no primeiro semestre deste ano. No entanto, conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a previsão de operação da usina com a nova capacidade instalada é para 31 de dezembro.
O complexo, que hoje tem um potencial para gerar cerca de 160 MW, irá agregar mais 88 MW a esse número. Quando concluídas as melhorias, a termelétrica terá uma capacidade para atender, por exemplo, até 6% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul. A elevação da produção será possível a partir do aproveitamento de vapor. Essa ação é conhecida como “fechamento de ciclo”. Os gases resultantes do processo de geração da usina são canalizados em uma caldeira, transformados em vapor e utilizados para movimentar uma turbina.
O coordenador do grupo temático de energia da Fiergs, Edilson Deitos, ressalta que esse acréscimo de energia, próximo a um ponto de intenso consumo, como é o caso da Região Metropolitana de Porto Alegre, é algo muito importante. “Quanto mais geração no Estado, melhor, e isso adiciona valor aqui”, argumenta o dirigente. Deitos comenta ainda que o fornecimento para o Rio Grande do Sul é hoje muito dependente de algumas linhas de transmissão, que trazem a energia de outras regiões do País. Ou seja, quanto maior for a produção no Estado, maior a segurança quanto ao abastecimento dos gaúchos.
A usina Sepé Tiaraju (antiga Termocanoas), que pertence à Petrobras, terminou em 2008 as obras para se adaptar ao uso de dois combustíveis: o gás natural e o óleo diesel. Originalmente, o projeto da termelétrica previa uma ampliação para até 500 MW, mas a falta de oferta de gás natural impossibilitou que a ideia fosse adiante. Até o fechamento dessa edição, a Petrobras não retornou a solicitação da reportagem do Jornal do Comércio (JC) para mais esclarecimentos quanto ao aumento de capacidade da térmica.

Consumo de energia sobe 0,2% no terceiro trimestre

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgou, nesta quinta-feira, o boletim mensal de consumo de eletricidade, registrando alta de 0,2% no consumo do terceiro trimestre ante o mesmo período de 2013. A pequena variação no total consumido no País, considerada estável pela empresa, reflete a forte retração do setor industrial, que diminuiu o consumo em 5,4% nos últimos três meses. A EPE avalia que a queda tem diminuído de ritmo, especialmente em setembro, mas o tombo acumulado no ano já chega a 3%.
“O menor dinamismo de setores eletrointensivos tem causado impacto significativo no mercado de energia elétrica industrial, principalmente nos estados do Maranhão, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, que apresentaram as maiores taxas negativas ao longo de todo o trimestre”, indica a resenha. Na análise por regiões, o consumo de energia pela indústria caiu 8,8% no Sudeste, onde a perda de ritmo da atividade industrial é mais grave. No Nordeste, a queda ficou em 6,7%.
A alta no consumo nas residências, influenciada pelo período de Copa do Mundo, em julho, influenciou no equilíbrio da taxa geral de consumo de energia elétrica no País. O segmento residencial teve alta de 3,5% no trimestre, na comparação com 2013. No mês de julho, a alta foi de 5,3% no setor.
Na área comercial, a alta foi de 5,9% no terceiro trimestre, indicando uma redução no ritmo de alta do consumo ao longo do ano. Nos dois primeiros semestres, o consumo de energia neste segmento havia crescido 10,7% e 6,2%, respectivamente. “Além disso, é realçado quando se observa que ele se dá sobre dois crescimentos sucessivos significativos: 6,8%, em 2012, e 5,2% em 2013, acumulando 19% em três anos”, ressalta a nota.
A EPE também divulgou os resultados do consumo de energia em setembro, que registrou uma variação de 0,7% na comparação com o mesmo mês de 2013. A indústria manteve o viés de baixa, embora em ritmo menor que o verificado nos meses anteriores. O consumo industrial caiu 4,7%, refletindo a desaceleração da economia.
No segmento comercial, a alta do consumo de energia em setembro chegou a 6,2% na comparação com 2013. Já no segmento residencial, a alta foi de 2,9%. “No maior mercado, a região Sudeste, houve pequena queda, de 0,3%. Nas demais regiões, houve crescimento, mais intenso nas regiões Norte e Centro-Oeste”, diz a nota.